Mais um capítulo da morte do radialista Francisco Gomes de Medeiros, F. Gomes, assassinado a tiros em outubro de 2010, na cidade de Caicó, foi ao ar ontem com a prisão de um oficial da Polícia Militar, apontado como um dos mandantes do crime. O tenente-coronel Marcos Antônio de Jesus Moreira, comandante do 11º BPM, está preso no quartel do Comando-Geral da PM desde a noite da quinta-feira (3), por força de um mandado judicial expedido pelo juiz da Vara Criminal da Comarca de Caicó, Luiz Cândido Villaça.
De acordo com informações repassadas pelo radialista Cardoso Silva, da cidade de Caicó, a prisão preventiva do oficial da PM foi um pedido da delegada titular da Divisão Especializada em Investigações e Combate ao Crime Organizado (Deicor), Sheila Freitas, que se convenceu do envolvimento do oficial no assassinato do radialista F. Gomes, após escutá-lo durante o inquérito.
Em entrevista à imprensa, na manhã de ontem, o comandante da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo, confirmou que o processo de exoneração do tenente-coronel Marcos Moreira do comando do 11° BPM deverá ser publicado no Boletim Geral da PM nas próximas horas. E caso seja comprovada a participação do oficial no crime, ele poderá ser expulso da corporação.
Além do tenente-coronel Marcos Moreira, também são acusados de participação na morte de F. Gomes, o advogado Rivaldo Dantas de Farias, o pastor Gilson Neudo Soares do Amaral, o policial militar Evandro Medeiros, o comerciante Lailson Lopes (Gordo da Rodoviária) e o mototaxista João Francisco do Santos, o "Dão", que é réu confesso do assassinato. Todos os envolvidos estão presos.
Motivo
Segundo apurou as investigações, o motivo pelo qual os acusados se uniram para assassinar F. Gomes, teria sido as inúmeras denuncias feitas pelo radialista em seu programa diário em uma rádio de Caicó, que mexeu com os interesses dos acusados.
O pastor Gilson Neudo e o "Gordo da Rodoviária" eram sócios de uma loja de celulares importados e devido uma denuncia do radialista, a policia fez uma revista no local e encontrou várias irregularidades, que culminaram com o fechamento da loja, atiçando assim a ira dos proprietários.
Já o advogado Rivaldo Dantas entrou no esquema para matar F. Gomes, devido uma forte ligação com o pastor e o "Gordo". Ele é apontado como mentor intelectual do crime, para isso teria sido pago para arquitetar a morte. Por sua vez, o policial militar Evandro Medeiros é também muito ligado ao pastor e o comerciante e é apontado como fornecedor da arma para o pistoleiro executar o crime.
João Francisco dos Santos, o "Dão", réu confesso no assassinato, teria sido contratado pelo "Gordo da Rodoviária", para matar o radialista.
Por fim, ainda de acordo com o inquérito aponta que o tenente-coronel Marcos Moreira, teria sido acusado pelo radialista F. Gomes, de favorecer aos presos do "Pereirão", quando foi diretor da unidade. Na ocasião F. Gomes denunciou irregularidades na sua administração, inclusive que estava havendo favorecimento de presos em sua gestão.
Fonte: Jornal O Mossoroense