No último dia 29 de setembro a prefeitura de Santana de Mangueira,
Sertão da Paraíba, realizou um concurso público para o preenchimento de
199 vagas em todos os níveis de escolaridade. Algumas das questões das
provas acabaram chamando a atenção dos candidatos por tratarem de temas
"estranhos". Entre os assuntos abordados apareciam a eleição de miss da
cidade em 2013, a data em que uma agência dos Correios foi assaltada e
os nomes de "filhos ilustres" de Santana de Mangueira.
Morador de Pernambuco, o professor de história Everton José Maciel
prestou o concurso. “Impossível alguém que não é da cidade saber
responder essas perguntas", diz ele, que reclama que com a escolha dos
temas a organização da prova beneficiou moradores de Santana de
Mangueira, desrespeitando a concorrência igualitária entre os
candidatos. "O edital coloca conhecimentos da Paraíba, do Brasil e sobre
a cidade, mas as questões não possuem relação direta com a história de
Santana de Mangueira”, afirma o professor.
As perguntas contestadas por Everton são do campo conhecimentos
gerais/atualidades. Ele explicou que elas não integravam as provas do
grupo que ele concorreu (nível superior), mas teve conhecimento do
ocorrido através de sua esposa, que fez o concurso para o cargo de
cozinheira/merendeira. “Todos são iguais, não existem distinções, isso
está na lei, o concurso é público e se é público não pode beneficiar
quem é da cidade. Até as pessoas que são de cidades vizinhas com certeza
também não souberam responder essas questões”, diz.
O concurso de Santana de Mangueira foi organizado pela empresa Real
Concursos- Consultoria e Serviços Ltda, que tem sede em Conceição,
também no Sertão paraibano. O G1 teve acesso às provas,
que estão disponibilizadas na internet. A do cargo cozinheira
/merendeira tem logo como primeira questão de conhecimentos gerais a
data em que a agência dos Correios de Santana de Mangueira foi
assaltada. Há ainda duas questões sobre 'filhos ilustres"; sobre um
cantor local de renome; o primeiro prefeito reeleito; sobre quem levou a
primeira antena via satélite para a cidade. A penúltima questão
relembra os 50 anos da eleição da 1ª brasileira como Miss Universo e
pergunta quem é atual Miss de Santana de Mangueira.
O diretor-presidente da Real Concursos, Ênio Alves, afirmou que não há
nada de errado na elaboração das provas. “Tudo isso está no edital na
parte do conteúdo programático de conhecimentosgGerais. O edital é bem
claro, fatos marcantes, os assuntos do cenário cultural, político,
científico, econômico e social do município de Santana de Mangueira, e assuntos de interesse geral relacionados à imprensa falada e escrita (..) tudo isso está colocado lá”, explicou.
Segundo Ênio, os candidatos que se sentirem prejudicados têm o direito
de entrar com recurso contra a prova. “O que está no edital, ele
(candidato) tem que estudar, não pode dizer que a prova vai beneficiar
A, B ou C não. Ele poderia estar em Conceição, em Pernambuco, ou em
qualquer outro lugar, mas tem que estudar”, completou justificando que
os conteúdos não beneficiam ninguém.
O diretor da empresa organizadora disse também que existem fontes de
estudo para todos os conteúdos contestados e citou sites e apostilas
produzidas especificamente para a prova. Como exemplo, o G1
fez uma busca na internet sobre eleição da Miss Santana de Mangueira e
encontrou apenas duas referências sobre o concurso (uma página em uma
rede social e o site do organizador).
O gabarito oficial preliminar do concurso de Santana de Mangueira está previsto para ser divulgado no dia 15 de outubro.
Erros de ortografia e Ministério Público
Além dos temas que, na opinião do professor, estariam em discordãncia com o edital, Everton afirma que as provas do concurso estavam repletas de erros de ortografia e digitação. Problema este que foi admitido pelo responsável pela Real Concursos. Ênio Alves, no entanto, disse que isso foi culpa da gráfica que produziu os cadernos de questões.
O professor de história procurou o Ministério Público em Conceição para
pedir providências, encaminhando inclusive cópias das provas. O G1
tentou falar com o promotor de Justiça Pedro Henrique de Freitas,
responsável pelo caso, mas ele não foi localizado na promotoria.
Fonte: G1 PB
amigo alex, tem como avisar a esse candidato everton?
ResponderExcluirsobre essa materia ai
http://www.diamanteonline.com.br/2014/02/prefeitura-de-santana-de-mangueira.html