Graça Foster, em novembro de 2014 (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
A presidente da Petrobras,
Maria das Graças Foster, e outros cinco diretores da petroleira
renunciaram ao cargo, segundo comunicado da estatal nesta quarta-feira
(4). A empresa não confirmou os nomes dos executivos que deixam a
diretoria, composta por sete pessoas.
Segundo a assessoria de imprensa da estatal, no entanto, o diretor de Governança João Adalberto Elek, que tomou posse no mês passado, é um dos dois que permanecerão.
Os novos ocupantes dos cargos na diretoria serão eleitos em reunião do
Conselho de Administração que será realizada na sexta-feira (6),
informou a empresa.
De acordo com a colunista Cristiana Lôbo, os diretores que renunciaram
são Almir Barbassa (financeiro), José Alcides Santoro Martins (negócios
de gás e energia), José Miranda Formigli Filho (exploração e produção) e
José Carlos Cosenza (abastecimento).
Os rumores sobre a saída de Graça ao longo da terça-feira fizeram
disparar as ações da Petrobras, que fecharam em alta de mais de 15% na
Bovespa. Nesta quarta, os papéis da petroleira chegaram a subir mais de
7%, mas reduziram o ritmo de alta.
A saída da diretoria acontece em meio às investigações da Operação Lava
Jato de um escândalo de corrupção na estatal e à dificuldade da atual
gestão da companhia para quantificar os prejuízos com fraudes em
contratos de obras durante anos.
O governo vinha sofrendo pressão do mercado pela saída da executiva,
cuja gestão foi marcada por graves denúncias de corrupção e pelo acúmulo
de resultados negativos.
Embora a maior parte dos problemas tenha sido agravada por decisões feitas antes da chegada de Graça Foster
à presidência da estatal, a executiva – ainda que não tenha sido
implicada diretamente nas investigações da Lava Jato – acabou perdendo
as condições políticas para se manter no cargo.
Saída esperada
Na terça-feira, o colunista Gerson Camarotti adiantou que interlocutores da presidente Dilma Rousseff estavam em busca de um substituto para Graça no comando da Petrobras e disse que a substituição seria feita quando for encontrado um perfil adequado.
Na terça-feira, o colunista Gerson Camarotti adiantou que interlocutores da presidente Dilma Rousseff estavam em busca de um substituto para Graça no comando da Petrobras e disse que a substituição seria feita quando for encontrado um perfil adequado.
Graça passou a tarde de terça-feira reunida com a presidente Dilma
Rousseff, mas nenhuma decisão foi anunciada até a manhã desta quarta.
Anúncio a investidores
Quando as ações de uma empresa oscilam muito em um dia, a Bovespa envia um ofício a ela questionando o que ocorreu. Nesta terça-feira, a bolsa questionou a Petrobras sobre a saída de Graça Foster e pediu esclarecimentos, "o mais breve possível", além de outras informações consideradas importantes.
Quando as ações de uma empresa oscilam muito em um dia, a Bovespa envia um ofício a ela questionando o que ocorreu. Nesta terça-feira, a bolsa questionou a Petrobras sobre a saída de Graça Foster e pediu esclarecimentos, "o mais breve possível", além de outras informações consideradas importantes.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza e disciplina o
mercado, deu um limite para a resposta: 9h desta quarta-feira.
Às 10h13, a Petrobras enviou um comunicado dizendo: "Em resposta a esta
solicitação, a Petrobras informa que seu Conselho de Administração se
reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015, para eleger nova
Diretoria face à renúncia da Presidente e de cinco Diretores".
Comunicado da Petrobras anuncia saída de Graça (Foto: Reprodução)
Possíveis substitutos
Em coluna publicada nesta terça-feira (3), Thais Herédia adiantou que dois nomes são os mais cotados para assumir a vaga de Graça: Roger Agnelli, que esteve no comando da Vale por mais de 10 anos; e Rodolfo Landim, ex-parceiro de Eike Batista e atual desafeto do empresário, com passagens pela Eletrobrás e BR Distribuidora.
Em coluna publicada nesta terça-feira (3), Thais Herédia adiantou que dois nomes são os mais cotados para assumir a vaga de Graça: Roger Agnelli, que esteve no comando da Vale por mais de 10 anos; e Rodolfo Landim, ex-parceiro de Eike Batista e atual desafeto do empresário, com passagens pela Eletrobrás e BR Distribuidora.
Outros três nomes também apareceram entre os cotados para
o posto nesta quarta: Henrique Meirelles, ex-presidente do BC; Murilo
Ferreira, atual presidente da Vale; e Eduarda La Rocque, ex-secretária
da Fazenda do município do Rio de Janeiro.
Segundo a colunista, Roger Agnelli tem forte ligação com o
ex-presidente Lula, mas não é bem visto pela presidente Dilma Rousseff.
Agnelli foi demitido por ela no início do 2011.
Rodolfo Landim é conhecido e respeitado no mercado internacional de
óleo e gás, com mais de 30 anos no setor. O fato de ter saído brigado
com Eike Batista antes mesmo da derrocada do ex-mega-empresário aumenta
seu cacife. Hoje, o executivo toca a Mare Investimentos, um fundo de
compra de participação em empresas de óleo e gás.
A presidente Dilma Rousseff cumprimenta Graça
Foster em sua posse na presidência da Petrobras,
em 13 de fevereiro de 2012
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Foster em sua posse na presidência da Petrobras,
em 13 de fevereiro de 2012
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Maria das Graças Silva Foster assumiu a presidência da petroleira em 13 de fevereiro de 2012. Ela foi a escolhida para substituir José Sergio Gabrielli, que estava há 7 anos no comando da companhia.
Funcionária de carreira da Petrobras, Graça Foster ingressou na Petrobras em 1978 e se tornou a primeira mulher do mundo a comandar uma empresa de petróleo de grande porte. Ela foi eleita pela revista norte-americana “Fortune” a executiva mais poderosa fora dos EUA e ficou em 4º lugar no ranking mundial.
A chegada de Graça Foster à presidência foi vista inicialmente como a uma tentativa de implementação de uma gestão mais técnica e menos política. Mas a companhia continuou submetendo a sua política de preços às determinações do seu controlador, o governo, que para tentar frear a inflação segurou os preços dos combustíveis.
Do G1
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