sexta-feira, 26 de junho de 2015

Emparn afirma que o RN enfrenta pior seca dos últimos 100 anos

Baixa no nível dos reservatórios é um dos prejuízos da seca – Foto Ednilto Neves
Baixa no nível dos reservatórios é um dos prejuízos da seca – Foto Ednilto Neves

A seca tem causado sérios prejuízos ao Rio Grande do Norte. Dos 167 municípios do RN, 153 estão em estado de calamidade pública devido à atual conjuntura. Os problemas decorrentes são ainda maiores.  Vinte cidades estão passando por rodízio no abastecimento de água e nove estão em colapso – com o abastecimento completamente suspenso por parte da Companhia de Águas Esgotos do Rio Grande do Norte. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária (EMPARN), o atual período de seca é o pior no RN desde 1911 quando a instituição começou o monitoramento pluviométrico no Estado.
“Esse período de seca começou em 2012. De lá pra cá a chuva não foi suficiente para recuperar o nível dos reservatórios”, explicou o meteorologista Gilmar Bistrot. Segundo ele, a média de chuva para o RN é de 700 milímetros por ano. Em 2012, choveu 300 mm – menos de 50% da média. Em 2013, choveu 600 mm. No ano seguinte, 500 mm. Em 2015, choveu em média 400 mm no interior do Estado e o período chuvoso já acabou. “Em todos esses anos o índice de chuvas ficou abaixo da média. A consequência maior que se observa é a condição de reserva hídrica que se exauriu rapidamente”, disse Gilmar Bistrot.
Na semana passada, o Governo do Estado instituiu um gabinete de gestão integrada de recursos hídricos para garantir a continuidade do abastecimento nas áreas mais afetadas pela estiagem. Na primeira reunião do comitê, realizada no dia 18 de junho, o secretário estadual de Recursos Hídricos afirmou que a prioridade no momento é garantir o abastecimento humano.
O nível dos reservatórios do Estado é preocupante. A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do Estado, tem capacidade para 2,4 bilhões de metros cúbicos e está com apenas 681 mil metros cúbicos de água, o que representa 28,38% da capacidade total. Uma resolução conjunta da Agência Nacional de Águas (ANA) com o Instituto de Gestão de Águas do RN (IGARN) fixou a data de 1º de julho para que seja suspenso o uso da água da bacia Piranhas-Açu para fins de irrigação. A resolução foi publicada na sexta-feira passada, 19, no Diário Oficial da União, e tem como objetivo garantir o abastecimento humano e a preservação dos mananciais.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do RN, José Álvares Vieira, a situação é “desesperadora”. “Nós saímos do patamar de preocupação e entramos no patamar do desespero. É muito fácil dar uma canetada proibindo a retirada de água para irrigação, mas ninguém se preocupa com a situação do produtor. Claro que soluções para a garantia de água são importantes, mas também é preciso salvar os produtores rurais”, disse. 
Do Jornal Gazeta do Oeste com informações do G1 RN

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