Foto: Daniel Ramalho/Terra
O acidente aéreo no qual morreu o candidato à
presidência Eduardo Campos, em plena campanha eleitoral de 2014 pode ter sido
provocado pelo cansaço do piloto e do copiloto e pelas más condições
meteorológicas, segundo as conclusões do relatório final da investigação
divulgado nesta terça-feira.
O responsável pela investigação, o
tenente-coronel Raul de Souza, afirmou que o avião voava a uma "velocidade
muito agressiva" e o piloto fez uma manobra "não recomendada"
para evitar aterrissar no aeroporto de Santos, que estava sob um temporal, o
que acabou provocando o acidente no qual morreram os sete ocupantes da
aeronave.
O avião se chocou contra um edifício em 13 de agosto de 2014 perto do aeroporto
de Santos, onde o candidato do PSB, que aparecia como terceiro colocado nas
enquetes, participaria de um ato da campanha eleitoral.
A investigação, conduzida pelo Centro
de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea
Brasileira (FAB), durou 17 meses e descartou a possibilidade de que o acidente
tenha sido consequência de uma falha técnica, um incêndio ou uma colisão em
voo.
Segundo Souza, se os pilotos tivessem
seguido as instruções da carta de navegação, "poderiam ter aterrissado com
segurança" apesar das condições meteorológicas adversas em Santos, com
chuva e vento intensos.
O responsável pela investigação
ressaltou que ambos tripulantes não tinham realizado os cursos necessários para
pilotar o avião acidentado, um Cessna 560XLS, o que é um fator que pode ter
contribuído para atrasar o tempo de resposta perante as adversas condições de
voo.
Eduardo
Campos, governador de Pernambuco e possível candidato à presidência pelo PSB,
discursa durante convenção do seu partido com PPS e Rede no Rio de Janeiro
Foto:
Daniel Ramalho / Terra
O comandante Marcos Martins, com 20
anos de experiência, tinha voado 130 horas nesse avião e tinha realizado
treinamentos para pilotar um modelo similar, o Cessna 560.
O relatório sugere que o piloto
poderia estar cansado pela excessiva carga de trabalho que suportou nas semanas
precedentes ao acidente.
Entre 1º e 5 de agosto de 2014, os
pilotos infringiram a lei de aeronáutica ao voar mais horas que as permitidas,
mas na semana prévia ao acidente não incorreram nenhuma irregularidade.
Os investigadores também recorreram a
um especialista que analisou a gravação da cabine e que assegurou que a voz do
piloto é "compatível" com uma situação de "fadiga e
inércia", embora esta hipótese não esteja comprovada.
Segundo Souza, o mau tempo, a
possível fadiga e a falta de treinamento poderiam ter contribuído para uma
"desorientação" dos pilotos na hora de realizar a manobra de
aterrissagem, na qual se desviaram da rota habitual e fizeram uma manobra
"oposta" ao recomendável.
Do site Terra
Olá!
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