sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Agentes hasteiam bandeiras do Brasil e do RN em Alcaçuz

Agentes hasteiam bandeiras do Brasil e do RN em Alcaçuz (Foto: Andréa Tavares e Fred Carvalho/G1)
Agentes hasteiam bandeiras do Brasil e do RN em Alcaçuz (Foto: Andréa Tavares e Fred Carvalho/G1)
As bandeiras nos telhados da Penitenciária Estadual de Alcauz, antes de facções criminosas, agora dão lugar às bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Norte e do sistema penitenciário. Homens do Grupo de Operações Especiais (GOE) do governo do Rio Grande do Norte e agentes penitenciários da força-tarefa federal entraram, na manhã desta sexta-feira (27) para retomar o controle da unidade.
A operação, denominada Phoenix, tem como objetivo retomar, reestabelecer e reformar o presídio, palco de uma rebelião que deixou 26 mortos no dia 14 de janeiro.
Segundo o comando da operação, o controle dos pavilhões 4 e 5, onde ficam detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi retomado. Nos pavilhões 1, 2 e 3, do Sindicato do RN, presos trabalham na reconstrução dos muros, retiram pichações e recolhem escombros da unidade.
Detentos retiram pichações e recontroem unidade (Foto: Fred Carvalho/G1)
Detentos retiram pichações e recontroem unidade (Foto: Fred Carvalho/G1)
Uma revista em busca de objetos proibidos também deve ser realizada no presídio.
O nome da Operação Phoenix é uma alusão a um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. O titular da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, Wallber Virgolino, está em Alcaçuz.
A operação marca a entrada em operação da força-tarefa federal de agentes penitenciários criada pelo Ministério da Justiça em meio à série de rebeliões e mortes ocorridas em prisões brasileiras. Um grupo de 78 profissionais chegou ao Rio Grande na noite da última quarta-feira (25).
Os agentes, de outros estados, têm treinamento especial para atuação em casos específicos como rebeliões, controle da população carcerária e intervenção em unidades prisionais. O trabalho desses profissionais é acompanhado pelo Departamento Penitenciário Nacional.
A penitenciária está dividida em duas. Para evitar que membros do PCC e do Sindicato do RN, facção rival, circulem livremente  pelos pavilhões do presídio após diversas mortes confirmadas, ⁠⁠⁠contêineres provisórios foram instalados para separar os pavilhões 4 e 5 (do PCC) dos pavilhões 1, 2 e 3 (do Sindicato RN). Posteriormente os contêineres serão substituídos por um muro de concreto.
Muro será erguido para separar facções rivais em Alcaçuz (Foto: Reprodução/TV Globo)
Muro será erguido para separar facções rivais em Alcaçuz (Foto: Reprodução/TV Globo)
Transferências

Mais de 200 presos já foram transferidos de Alcaçuz desde o início da rebelião.

Na segunda-feira (16), cinco presos foram retirados de Alcaçuz. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, entre eles estão os chefes do PCC, facção que promoveu a matança de presos entre o sábado (14) e o domingo (15) dentro da unidade. Os presos transferidos foram Paulo da Silva Santos, João Francisco do Santos, José Cândido Prado, Paulo Márcio Rodrigues de Araújo e Thiago Souza Soares.
Sem grades
Inaugurada em 1998 com foco na "humanização", a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, está sem grades nas celas desde uma rebelião em março de 2015. Com isso, os presos circulam livremente e os agentes penitenciários se limitam a ficar próximos à portaria. O complexo, no município de Nísia Floresta, na Grande Natal, tem capacidade para 620 pessoas, mas abriga o dobro de presos (veja como funciona Alcaçuz).

Do G1 

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