sábado, 27 de março de 2010

Ex-prefeito de Campo Grande e dois seguranças são executados


Antônio Veras Foto: Arquivo/DN/D.A Press


O ex-prefeito de Campo Grande, Antônio Veras, foi assassinado ontem à tarde, dentro da fazenda Monte Alegre, de sua propriedade, localizada a cerca de 10km de Campo Grande, a 264km de Natal. Além dele, dois policiais militares identificados como Jackson Cristino Dantas e Solano Costa de Medeiros, que faziam a segurança particular do ex-prefeito, também foram executados.

De acordo com as primeiras informações da polícia local, Antônio Veras e os seguranças teriam sido vítimas de uma emboscada, quando se aproximavam da fazenda por uma estrada de barro. Ao reduzir a velocidade, os homens cercaram o carro do ex-prefeito, uma caminhonete Nissan Frontier e começaram a atirar. Segundo a polícia, pelo menos 100 tiros de pistolas .40, escopeta calibre 12 e até de um fuzil 762 foram disparados. A polícia ainda não sabe com exatidão o que motivou o crime, ma acredita em pistolagem, uma vez que dois irmãos do ex-prefeito foram assassinados recentemente. O corpo de Antonio Veras, que foi prefeito de Campo Grande entre 1997 e 2000, foi levado para o Instituto Técnico e Científico de Polícia em Mossoró, onde será submetido a necrópsia. A polícia ainda não tem pistas dos suspeitos. Os dois PMs eram lotados em Caicó.

Rixa antiga

Em 2009, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou Antônio Veras como mentor e mandante do homicídio de José Reis de Melo, conhecido como Zé Vieira. O crime ocorreu em 2006, quando um grupo de homens armados com pistolas 45,9mm e espingarda calibre 12, cercaram a casa da vítima e efetuaram mais de 100 disparos. Após o ato, os acusados mataram Zé Vieira.

De acordo com o então titular da Comarca de Campo Grande, Fausto França, o crime ocorrido em 2009 envolve uma briga de famílias que vem desde 1964, quando o pai de Zé Vieira teria sido assassinado por um tio de Antônio Veras, desencadeando uma rixa entre famílias de Campo Grande, Janduís e Caraúbas. As investigações indicavam que o motivo do assassinato de Zé Vieira foi vingança, pelo fato da vítima supostamente ter participado das mortes dos irmãosCésar e Vicente Veras, em 2003. Antônio Veras também foi denunciado em outro processo por crime de favorecimento pessoal, por ter abrigado em sua fazenda, durante cerca de quatro anos, o foragido Neto de Valdomiro e, em período menor, os irmãos Humberto Alves Saldanha e Bartogaleno Alves Saldanha.

Outros casos

Este é o terceiro caso, desde 2000, envolvendo morte por arma de fogo de lideranças municipais. Em 2001, o prefeito de Caraúbas (a 296km de Natal), Aguinaldo Pereira foi executado com a esposa, dois seguranças e o caseiro da família em uma chacina praticada pelo famoso pistoleiro Valdetário Carneiro e outros integrantes de sua quadrilha, em 2001. O criminoso foi morto pela polícia em 2003.

Em junho de 2005, o prefeito de Grossos, 'Dehon Caenga' voltava de Natal com mais três pessoas quando foi interceptado em Santa Maria, a 57km da capital, por um grupo de policiais que procuraram uma quadrilha especializada no roubo de veículos. Os policiais não estavam caracterizados e causaram medo à comitiva, que foi fuzilada com vários tiros de fuzil e pistola. O prefeito e o motorista Márcio Sander Martins morreram na hora. O tesoureiro e o contador da prefeitura ficaram gravemente feridos, mas conseguiram se recuperar.

Texto do Jornal Diário de Natal


Abaixo fotos do veiculo do ex- prefeito totalmente destruído


fotos: 3ª Companhia de Polícia de Apodi

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