Vândalos arrombam comporta do Açude Tourão

Crime con­tra o pa­tri­mô­nio pú­bli­co e des­per­dí­cio de água na ci­da­de de Patu. Uma das com­por­tas do Açude Tou­rão, maior re­ser­va­tó­rio do mu­ni­cí­pio e um dos maio­res da re­gião, foi ar­rom­ba­da. O crime teria ocor­ri­do no dia 19 de no­vem­bro e ne­nhu­ma pro­vi­dên­cia para im­pe­dir o des­per­dí­cio de água foi to­ma­da até agora pelas au­to­ri­da­des lo­cais.

De acor­do com o pre­si­den­te da Co­lô­nia de Pes­ca­do­res Z-68, Tar­cí­sio Nas­ci­men­to de Al­mei­da, as in­for­ma­ções sobre o ar­rom­ba­men­to che­ga­ram a ele atra­vés de mo­ra­do­res da re­gião, que te­riam dito que a aber­tu­ra da com­por­ta com uso de força teria sido orien­ta­da pela pre­fei­ta de Patu, Evi­lá­sia Gil­dê­nia. "Nós pro­cu­ra­mos a pre­fei­tu­ra e re­ce­be­mos a in­for­ma­ção de Ed­nar­do Moura, ma­ri­do da pre­fei­ta, que ele não es­ta­va se­quer sa­ben­do da ocor­rên­cia e que as pro­vi­dên­cias se­riam to­ma­das para im­pe­dir que a água con­ti­nuas­se sendo des­per­di­ça­da, mas até agora nada foi so­lu­cio­na­do", disse o pes­ca­dor, que se mos­tra preo­cu­pa­do com a si­tua­ção.

Ele disse que dian­te da inér­cia da pre­fei­tu­ra pro­cu­rou en­trar em con­ta­to com a Se­cre­ta­ria Es­ta­dual de Re­cur­sos Hí­dri­cos, em Natal, e lá teria sido in­for­ma­do que uma equi­pe foi des­lo­ca­da para o local a fim de ava­liar a si­tua­ção, mas até o mo­men­to a única in­for­ma­ção que re­ce­beu foi que havia sido feita uma vi­si­ta ao local.

"Como fui até Natal no dia de ontem (quinta-feira), quan­do re­tor­nei minha es­po­sa disse que foi um pes­soal à minha casa e falou que a com­por­ta de­ve­ria ser fe­cha­da. Mas nin­guém tomou pro­vi­dên­cia até agora. Fomos até a pro­mo­to­ria para ten­tar falar com a pro­mo­to­ra local, mas ela não se en­con­tra­va. Vamos aguar­dar até segunda-feira. O pro­ble­ma é que toda a po­pu­la­ção está so­fren­do com falta de água em Patu, en­quan­to mi­lha­res de me­tros cú­bi­cos estão sendo uti­li­za­dos para aguar ju­re­mas. Isso é ab­sur­do", acres­cen­tou.

Quan­do fala sobre a falta de água em Patu, o pes­ca­dor se re­fe­re ao fato da po­pu­la­ção local está sendo abas­te­ci­da atra­vés de carros-pipas, por de­ter­mi­na­ção da jus­ti­ça, já que a Com­pa­nhia de Águas e Es­go­tos do Rio Gran­de do Norte foi obri­ga­da a rea­li­zar o abas­te­ci­men­to atra­vés de carros-pipas, já que o abas­te­ci­men­to da tu­bu­la­ção não está sendo feito. O mais grave da si­tua­ção é que a água des­ti­na­da atra­vés dos carros-pipas é in­su­fi­cien­te para aten­der as ne­ces­si­da­des bá­si­cas da po­pu­la­ção. No Con­jun­to Nova Patu, onde re­si­dem mais de 500 fa­mí­lias, são dis­tri­buí­dos ape­nas 300 li­tros de água, a cada 15 dias. "O povo de Patu está mor­ren­do de sede, en­quan­to a água que temos no Tou­rão está sendo des­per­di­ça­da. O açude já bai­xou mais de um metro nos úl­ti­mos dias. Vamos ficar numa si­tua­ção ainda mais crí­ti­ca sem a água da­que­le açude", disse Tar­ci­sio Al­mei­da.

Fonte: Correio da Tarde