terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sensação de insegurança toma conta da população da cidade de Mossoró


Mos­so­ró é con­si­de­ra­da uma das ci­da­des que mais se de­sen­vol­vem no país, re­gis­tran­do gran­de cres­ci­men­to no setor de cons­tru­ção civil, uni­ver­si­da­des, in­dús­trias, ge­ra­ção de em­pre­go e renda, entre ou­tros. No en­tan­to, pro­ble­mas de ci­da­de gran­de tam­bém estão em ex­pan­são na ci­da­de. A vio­lên­cia é um deles. Di­fi­cil­men­te é pos­sí­vel en­con­trar uma pes­soa que nunca tenha sido ví­ti­ma ou que co­nhe­ça al­gu­ma das inú­me­ras ví­ti­mas de vio­lên­cia em Mos­so­ró, seja na ci­da­de ou na zona rural.

As­sal­tos, es­tu­pros, ho­mi­cí­dios e até se­qües­tros re­lâm­pa­gos. A po­pu­la­ção está sendo obri­ga­da a con­vi­ver com essa rea­li­da­de, e se adap­tar para não ser mais uma ví­ti­ma da vio­lên­cia na ci­da­de. No cen­tro, o co­mer­cian­te An­to­nio Paiva Neto foi obri­ga­do a ins­ta­lar um sis­te­ma de se­gu­ran­ça em seu es­ta­be­le­ci­men­to para evi­tar a ação dos ban­di­dos. Se­gun­do ele, seu es­ta­be­le­ci­men­to já foi ar­rom­ba­do duas vezes. "Não exis­te se­gu­ran­ça em Mos­so­ró. É ine­xis­ten­te. Eu co­lo­quei gra­des de ferro, câ­me­ra de se­gu­ran­ça e alar­me e só de­pois disso, os ar­rom­ba­men­tos pa­ra­ram. Foi um in­ves­ti­men­to caro, mas valeu a pena, já que nós não po­de­mos con­tar com o po­li­cia­men­to. Agora, por causa da Festa de Santa Luzia, está me­lhor, mas daqui a pouco, volta tudo ao nor­mal", ana­li­sa o co­mer­cian­te.

A es­tu­dan­te Ho­sa­na Mi­rel­le, conta que foi as­sal­ta­da den­tro de uma gran­de loja tam­bém no cen­tro da ci­da­de. "Quan­do eu vi, meu ce­lu­lar não es­ta­va mais den­tro da minha bolsa. Por sorte, a se­gu­ran­ça da loja agiu e eu pude re­cu­pe­rar o meu te­le­fo­ne", afir­mou a es­tu­dan­te, que se mos­trou muito preo­cu­pa­da com o pro­ble­ma da in­se­gu­ran­ça na ci­da­de. Se­gun­do ela, todos os dias, sai da es­co­la às 19h e pre­ci­sa en­fren­tar uma série de becos es­cu­ros para che­gar a pa­ra­da do ôni­bus. "Nós temos medo, mas não temos outra opção.

A sen­sa­ção que a gente tem é que só pode con­tar com a sorte. Os ban­di­dos agem, de pre­fe­rên­cia, nas ruas es­trei­tas e de­ser­tas aqui do cen­tro. Todo mundo sabe, mas não vejo re­for­ço no po­li­cia­men­to", ex­pli­cou.

Nos bair­ros, a si­tua­ção não é di­fe­ren­te. No Alto de São Ma­noel, uma pa­da­ria teve que ser ven­di­da de­pois de ser as­sal­ta­da vá­rias vezes. "Meu pai tinha uma pa­da­ria no Alto de São Ma­noel e re­sol­veu ven­der por­que não tinha mais con­di­ções de con­ti­nuar re­sis­tin­do aos as­sal­tos. Eu mesmo já fui ví­ti­ma de as­sal­to vá­rias vezes, quan­do fi­ca­va no caixa da pa­da­ria, e tam­bém fora, mas há dois anos, não sou as­sal­ta­do. O úl­ti­mo ocor­reu du­ran­te o dia, no Cen­tro, pró­xi­mo a Praça do Codó", afir­mou o es­tu­dan­te Silas Ga­briel.

Mo­ra­do­ra do bair­ro Santo An­to­nio, a es­tu­dan­te Taís­sa Na­ya­ra afir­ma que o medo tam­bém está pre­sen­te entre os mo­ra­do­res do maior bair­ro da ci­da­de. "A gente tem medo até de che­gar em casa. Ficar na cal­ça­da, então, é pedir para ser as­sal­ta­do. No Santo An­to­nio é muito comum a gente es­cu­tar fogos de ar­ti­fí­cio. Sig­ni­fi­ca que são os tra­fi­can­tes in­for­man­do que a droga já che­gou", ex­pli­ca.

No bair­ro Ul­rick Graff, na se­ma­na pas­sa­da, uma fa­mí­lia foi sur­preen­di­da por se­qües­tra­do­res quan­do saía de casa. Além do carro, os ban­di­dos le­va­ram vá­rios ob­je­tos da casa, além de ter pro­por­cio­na­do mo­men­tos de ter­ror aos se­qües­tra­dos.

Na zona rural, o trá­fi­co de dro­gas e a vio­lên­cia tam­bém tomam conta das co­mu­ni­da­des. No Mu­lun­gun­zi­nho, por exem­plo, vá­rios são os re­la­tos da ação dos ban­di­dos, prin­ci­pal­men­te re­fe­ren­te ao trá­fi­co de dro­gas. "Nossa co­mu­ni­da­de foi es­que­ci­da por todos, e quem co­man­da aqui são os tra­fi­can­tes", de­nun­cia um mo­ra­dor, que se iden­ti­fi­cou ape­nas como João, te­men­do re­pre­sá­lias e per­se­gui­ções.

Fonte :Correio da Tarde

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