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Faixa é exposta em frente ao Elizeu Viana, escola que foi referência e hoje implora por estudantes. |
Elas já foram - e ainda são para alguns - exemplos do bom ensino público que existiu no Brasil, pelo menos até o fim da década de 70. No entanto, com o crescimento da cidade, com a mudança de finalidade inicial a que estas escolas se propunham e a um aumento substancial da rede pública de ensino (tanto estadual, quanto municipal), elas hoje sofrem problemas para preencher suas vagas ofertadas a estudantes, seja do ensino médio, seja do ensino fundamental. Numa tentativa de "convocar" os alunos para ocuparem as vagas abertas, as escolas estaduais Abel Freire Coelho e Lavoisier Maia, além do Centro Integrado Professor Eliseu Viana (Ceipev), todas localizadas na confluência dos bairros Nova Betânia e Abolição, apostam na velha máxima de 'quem não é visto, não é lembrado' e, assim, fazem a boa propaganda boca a boca, em carros de som e em muitas faixas a fim de atrair os pais e também os estudantes. "Já pedimos aos professores que falem para os alunos que conhecem e também colocamos faixas na rua a fim de que as pessoas procurem o Eliseu", conta a vice-diretora do Ceipev, Ivete Carlos. O Ceipev, que originalmente foi construído com a finalidade de ofertar cursos profissionalizantes juntamente com a grade curricular normal, tem espaço ocioso e, segundo sua vice-diretora, daria para comportar até 1.800 alunos, em média, mas na prática isso não ocorre. Em 2010, a escola teve 1.347 alunos matriculados e espera para esse ano uma redução desse número. "Ano passado o matutino era bastante procurado, esse ano nem isso. Estamos bastante preocupados, principalmente com o turno noturno que até o momento só tivemos oito matrículas", explica Ivete. Na Rua João Marcelino, distante apenas uma quadra onde está o Ceipev (localizado na Rua Duodécimo Rosado), está a tradicionalíssima Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho. O diretor Francisco José Alencar está temeroso com a possível "sangria" de pelo menos 300 alunos a menos. "Nunca tivemos dificuldade como a que encontramos neste ano. Nossa esperança é que muitos alunos que ainda não renovaram possam vir de última hora", diz ele. Com 1.318 alunos matriculados em 2010, o Abel Coelho oferece apenas o Ensino Médio. É umas das escolas com maior tradição no ensino público de Mossoró e antes oferecia aulas no três turnos e teve que extinguir o turno noturno numa tentativa de se readequar diante do pouco alunado existente. Problema idêntico sofre seu vizinho, a Escola Estadual Lavoisier Maia, que oferece o ensino fundamental e já fez de tudo para atrair os estudantes: carro de som, faixas espalhadas pela cidade e até instalou câmeras de segurança, mas até agora não surtiu o efeito esperado. "Temos ainda esperança de aumentar, vamos aguardar até o final do período de matrícula", diz a diretora Maria Nelbe. Com 380 alunos, o Lavoisier Maia está localizado (assim como o Abel Coelho e o Ceipev) numa região que atualmente é considerada "nobre" em Mossoró. Se, no passado, a localização era considerada periférica e de fato existiam áreas carentes como as antigas comunidades dos Cordões e da Baixinha, hoje a especulação imobiliária transforma rapidamente a paisagem urbana e, consequentemente, seus moradores que agora residem nos bairros Nova Betânia ou Abolição.
Fonte: Jornal de Fato
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