Foto:Agência Senado
O senador José Agripino Maia (foto) será eleito nesta terça (15) presidente do DEM. Assume um partido em crise.
Para fugir ao vaticínio de Lula –“temos que extirpar o DEM da política”— Agripino se autoimpôs a missão de ressuscitar o ideário da legenda.
“Nenhum partido tem o nível de convergência que nós temos no campo das idéias”, disse ao blog o novo mandachuva do DEM.
“Somos o último partido liberal da política brasileira, a única legenda em condições de defender os princípios liberais como formulação partidária...”
“...Temos orgulho de defender um tamanho adequado para o Estado, a redução da carga tributária e a irrestrita liberdade de imprensa...”
“...Assumimos por inteiro a participação do capital privado nos setores em que o Estado não tem dinheiro para investir: infraestrutura, energia, aeroportos, portos”.
Cabeça de uma chapa única, Agripino acomodou abaixo de si expoentes do grupo que se alinhava ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Com isso, isolou Kassab e reduziu o potencial de dano que a migração do prefeito para um novo partido poderia causar ao DEM.
Estimava-se que Kassab levaria consigo algo como duas dezenas de ‘demos’. Agripino afirma que, "se sair, ele não leva mais do que três". Os mais pessimistas falam em oito.
Ex-arena, ex-PDS e ex-PFL, o DEM arrosta a pior crise de sua história.
Além de direcionar o discurso de um pseudocentrismo para a direita, Agripino evoca o passado para justificar a sobrevivência do partido.
“Fomos responsáveis pela transição democrática. Os nossos votos asseguraram a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral”, diz ele.
“Foi graças ao nosso trabalho que a CPMF caiu no Senado. O PSDB veio atrás. Um partido com esse histórico só tem do que se orgulhar”.
O eleitorado parece discordar. As bancadas do DEM murcharam no Senado e na Câmara.
Eleito em 2006, José Roberto Arruda foi afastado da legenda e do cadeira de governador do DF em meio a um escândalo que carrega o ex-partido no sobrenome: mensalão do DEM.
Em 2010, o principal feito do DEM foi a eleição de um par de governadores: Raimundo Colombo (SC) e Rosalba Ciarlini (RN).
Reconduzido ao Senado na contramaré da onda Lula, Agripino enxerga na oposição o único caminho para o partido.
Promete instalar diretórios do DEM "em todos os municípios brasileiros". Diz que, em 2012, a legenda terá candidatos a prefeito nas principais cidades.
Nos próximos meses, Agripino correrá o país aparando desavenças. “Como em todos os partidos, temos divergências regionais”, diz ele.
“Mas também temos a convergência de idéias. É essa unidade programática que vai nos permitir superar as diferenças”, frisa Agripino.
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