sexta-feira, 25 de março de 2011

Professores da Uern preparam campanha salarial para abril

A categoria de docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) começa a se preparar para as rodadas de negociação do reajuste salarial que deve começar a partir de abril. A Associação dos Docentes da Uern (ADUERN) leva na pasta de reivindicações um reajuste de 23,98% na remuneração dos professores.

O presidente da Aduern, Flaubert Torquato, descarta a possibilidade imediata de greve. "Já elaboramos uma comissão para discutir a campanha salarial e vamos discutir com a Reitoria [da Uern] e o Governo", diz o professor, explicando que a paralisação das atividades será um ponto secundário que deve surgir nas assembléias.

Antes da primeira assembléia, o sindicato visitou os campi e núcleos de ensino da Uern espalhados pelos outros municípios. O encontro está previsto para o dia 31 de março, às 10h, e definirá também os representantes de todas as categorias para compor a Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD).

Para Torquato, o percentual de 23% foi definido pela comissão de campanha salarial e deve contemplar o déficit inflacionário. Nos últimos quatro anos, o salário da categoria engordou cerca de 64%. O percentual foi atingido neste ano e faz parte de um acordo entre a categoria e o Governo para que o patamar fosse atingido em parcelas anuais, sob a condição de a categoria não paralisar as atividades durante os quatro anos.

O acordo, no entanto, se vence agora e Torquato garante que as contrapartidas foram cumpridas em ambas as partes. "De fato, não paramos as atividades nos últimos quatro anos da mesma forma que o governo anterior cumpriu o compromisso de pagar anualmente parcelas para que chegássemos aos 60%", ratifica.

A autonomia orçamentária da instituição é uma das reivindicações mais recorrentes nas campanhas da categoria. A pauta volta à tona como uma das principais bandeiras de luta da associação. "A Uern precisa de garantia plena do orçamento para evitar problemas como o que enfrentamos anualmente com as contingências orçamentárias do Governo", justifica ele.

A última vez que os professores radicalizaram e cruzaram os braços foi em 2007, numa greve que durou mais de dois meses. O impacto da paralisação ainda é sentido até hoje no calendário acadêmico da Uern, que tenta sincronizar atividades no cronograma normal da IES. Hoje, a instituição conta, aproximadamente, mil docentes, segundo estimativa da Aduern.

No site da Associação, o professor Flaubert Torquato destaca que a importância da participação dos professores na assembleia "está no fato de que ela definirá as ações do sindicato no que se refere à luta pela reposição salarial e o cumprimento do Plano de Cargos e Salários da categoria", argumenta.

Fonte:Jornal de Fato

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