Foto:Adriano Abreu
Promotora Juliana Limeira lamenta nomeações dos fichas-sujas |
Cinco auxiliares da equipe do executivo municipal estão respondendo a processos que investigam crimes contra a administração e o patrimônio público. A revelação, em tom de indignação, foi feita, ontem pela manhã, pela promotora Juliana Limeira, coordenadora do Movimento Articulado de Combate à Corrupção. Ela denunciou a situação antes de apresentar o relatório da agenda propositiva, que o Marcco, entregou à prefeita Micarla de Souza, em dezembro de 2008, na época candidata eleita.
Os outros dois nomes são: Luiz Almir Magalhães, presidente da Urbana, e Elias Nunes, presidente da Arsban. “É inadmissível que a prefeita mantenha a nomeação dessas pessoas, entre cargos de Secretarias e de direção de órgãos. Não há justificativa para não cumprimento do que propomos”, afirmou a promotora.
Em um dos pontos da agenda propositiva, que a prefeita assinou em dezembro passado, o Marcco recomendou que não houve a nomeação, para os cargos de Secretário ou de direção de órgãos, empresas ou fundações municipais, de pessoas que estivessem respondendo a processos penais ou ações de improbidade, que são considerados pelo Movimento de Combate à Corrupção como fichas-sujas.
A recomendação ainda deixava claro que “em caso de denúncias fundadas, o ocupante de cargo acusado deve ser afastado imediatamente do cargo, até que sejam esclarecidas as questões”. Na audiência, a promotora Juliana Limeira fez questão de reafirmar o que está no documento: “carreiras criminosas contra a Administração Pública devem ser evitadas a qualquer preço. Indivíduos que já tenham cometido desvios em desfavor do Erário não deveriam ser escolhidos para ocupar cargos”.
Na platéia, o presidente da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Norte - Ampern, o procurador Rinaldo Reis, lamentou que pessoas processados ou investigadas por peculato, improbidade administrativa e corrupção passiva, estejam exercendo cargos de gestão.
“É uma afronta à sociedade. A chefe do executivo deveria ter mais cuidado e proceder uma análise mais criteriosa. Tenho certeza que esse cuidado haveria por parte de qualquer administrador. Nenhuma empresa contrataria alguém que estivesse respondendo por apropriação indébita”.
O procurador, ressaltou, que legalmente não se pode exigir a suspensão das nomeações. O vice-presidente da Ampern, Eudo Rodrigues Leite, disse que Natal não pode ser penalizada porque o executivo municipal levou em conta o princípio da presunção de inocência. “Ninguém quer perseguir gestores, queremos correção de rumo. Assumir o risco da presunção de inocência pode custar muito caro. E se o auxiliar da gestão não for inocente?”, questiona.
Fonte:Tribuna do Norte
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