Procuradoria do Estado propôs reunião com estudantes para hoje em Natal, com a condição de que eles desocupem o prédio
O impasse continua entre o movimento estudantil e o Governo do Estado. O canal de diálogo conta agora com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil, subseccional Mossoró. Durante uma reunião realizada ontem, a OAB orientou os estudantes do Comando de Mobilização Estudantil de Mossoró (COMEM) a saírem do prédio da 12ª Diretoria Regional de Educação (12ª DIRED), ocupada pelos estudantes há 22 dias.
O novo prazo para a desocupação expirou ontem às 11h. “Radicalizamos junto com a governadora. Estamos dançando conforme a música dela”, disseram os estudantes.
“Os estudantes precisam ser ouvidos e eles reclamam que até agora não houve diálogo por parte do governo. A OAB vem para tentar cortar essas arestas e ser um mediador”, explica Humberto Fernandes, presidente da OAB/Mossoró.
Ao final da reunião, Humberto entrou em contato com Anselmo Carvalho, secretário estadual de Administração e Recursos Humanos, pedindo a intermediação dele no intuito de marcar uma reunião entre os representantes dos estudantes e do governo. A resposta do contato só veio à noite.
“Conseguimos agendar uma reunião amanhã [hoje], às 14h, em Natal com o procurador Miguel Josino e a secretária de Educação Betânia Ramalho”, informa o advogado.
Para que o encontro venha mesmo a acontecer, o governo impôs a condição de que o grupo deixasse a Dired até hoje. Os estudantes fizeram uma plenária e decidiram que vão continuar no prédio.
“Nós vamos enviar uma proposta para o governo marcando uma reunião, não em Natal, mas aqui, aproveitando inclusive que a governadora vai estar aqui amanhã [hoje]. Aconselhamos que pode ser na OAB por ser um local neutro ou em qualquer outro local que eles quiserem”, ressalta Luiz Luz, um dos membros do Comem.
De acordo com os estudantes, a reunião em Natal não oferece nenhuma garantia de que as reivindicações serão atendidas. “E se a gente deixar o prédio e o governo não atender nenhuma proposta? E se ficar só na conversa? Vamos perder o trunfo que nós temos que é a ocupação. O grupo achou viável não abrir mão disso”, destaca Luiz.
Segundo Humberto Fernandes, o judiciário já foi bastante benevolente ao adiar o prazo de desocupação em duas oportunidades. “Esperamos que haja uma maturidade. Ou eles saem consensualmente ou a polícia pode ir tirá-los de lá.
A OAB está se esforçando pra evitar já que isso pode trazer inúmeros prejuízos para os estudantes, para o governo e para a sociedade em geral”, completa.
Mesmo sabendo que a qualquer hora de hoje uma força policial poderá chegar ao prédio, os ocupantes não desistem de permanecer. “É um risco que todo mundo está disposto a correr – isso é consenso entre a gente”, afirma Vanessa Souza, citando que estão sendo montadas estratégias para uma possível chegada da polícia.
“Estamos vendo estratégias de como vamos nos comportar, mas não vamos reagir à força de maneira nenhuma”, garante Luiz Luz. Eles acreditam que sairão fortalecidos mesmo que o grupo venha a deixar o local de forma obrigada.
Fonte e foto: Gazeta do Oeste.com.br
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