terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Se Deus quiser vou conseguir caminhar", diz gaúcha que pode ser a mais alta do mundo


 Kátia D'Ávilla Rodrigues, 48, que tem aproximadamente 2,40 metros de altura, recebeu um andador doado por um empresário depois que seu drama foi retratado pela imprensa. "Se Deus quiser vou conseguir caminhar", disse a gaúcha Andréa Graiz/Agência RBS


Para Kátia D'Ávilla Rodrigues, 48 anos e aproximadamente 2,40 metros de altura, é difícil fazer as atividades mais simples do dia. É em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, que vive a mulher que pode ser a mais alta do mundo –segundo o livro de recordes do Guinness, o título hoje pertence à chinesa Yao Defen, que tem 2,34 metros.

Kátia tem uma doença rara que aumenta o funcionamento das células do crescimento, fazendo com que ela tenha dimensões muito maiores do que as comuns. Sua mãe descobriu a disfunção ao levá-la, antes dos 3 anos de idade, a um especialista. Nessa idade, a menina já tinha o dobro do tamanho de sua irmã de 5 anos.

“Tenho 50 anos de profissão e vi, em toda minha vida, uns quatro casos desses”, explica o médico de Kátia, o endocrinologista Giuseppe Repetto. Ela é a única na família a ter a doença.

O que chama a atenção no caso, entretanto, é a idade de Kátia. Na literatura médica, segundo Repetto, que também é o chefe do serviço de endocrinologia do Hospital São Lucas da PUC-RS, não há notícias de uma vítima de gigantismo que tenha ultrapassado os 30 anos. Isso porque os pacientes morrem devido, principalmente, a doenças cardíacas. O coração e as válvulas não dão conta de bombear sangue a todo o corpo.

Há quatro anos, as pernas de Kátia começaram a atrofiar, o que dificulta sua locomoção. Mas nesta sexta-feira (29), ela recebeu uma doação: ganhou um andador de titânio, adaptado à sua altura.

“Se Deus quiser vou conseguir caminhar. Quando eu voltar a andar ficarei realizada”, afirmou Kátia. Até então, ela se locomovia pela casa com o auxílio de uma cadeira com rodas –e não saia para a rua.

Em casa, ela desenvolveu o gosto pela leitura, pelas palavras cruzadas e pelos filmes –especialmente as comédias. “Quero, agora, uma cadeira motorizada para poder andar na rua, ver meus amigos”, disse.

Kátia parou de crescer pouco antes de entrar na idade adulta. Porém, desenvolveu a acromegalia –doença crônica que faz crescer desordenadamente as extremidades do corpo. Apesar de estacionar em altura, suas mãos, joelhos e mandíbula continuaram se desenvolvendo.

Fonte: Uol.com

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