Rio Mossoró com plantas aquáticas
Com uma extensão de 210 quilômetros, o rio Apodi-Mossoró, segundo maior da bacia hidrográfica do Rio Grande do Norte, agoniza há anos, esperando que seja iniciado o processo efetivo de revitalização em suas águas, que percorrem 52 municípios potiguares. Hoje, se ações eficazes de despoluição estivessem sendo praticadas, em no máximo 15 anos o rio estaria completamente revitalizado.
A previsão é do professor e diretor do Centro de Estudos e Pesquisas do Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional do Semiárido (Cemad) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) Ramiro Camacho.
"Lamentavelmente, não há hoje nenhuma ação efetiva de revitalização do rio. E como se sabe, a destruição do meio ambiente é rápida, mas sua recuperação é longa, por isso, o Apodi-Mossoró deverá levar em média de cinco a 15 anos para ser completamente despoluído, já que é preciso considerar o ciclo natural do rio", explica.
O diretor do Cemad apresentou recentemente, em parceria com a professora do Departamento de Química da Uern Suely Leal, dados que comprovam o estado preocupante da bacia hidrográfica que corta Mossoró. A análise do projeto "Rio Apodi-Mossoró: Integridade Ambiental a Serviço de Todos" detalhou os problemas detectados durante os dois anos em que os estudos foram realizados, entre 2007 e 2009. Segundo o professor, a situação mais crítica da segunda maior bacia hidrográfica do Estado é visualizada nos municípios de Pau dos Ferros, Apodi e Mossoró. "Hoje, o maior problema no Rio é decorrente da falta de saneamento ambiental nessas localidades, que engloba não somente o tratamento de esgoto, mas também de resíduos sólidos", destaca.
Em Mossoró, não é difícil constatar o processo de degradação do rio. Na área localizada próximo ao Complexo Vingt-Rosado, Alto de São Manoel, o rio está coberto por plantas aquáticas. "Por diversas vezes as plantas são retiradas, é feita a drenagem, mas isso não é suficiente. É preciso viabilizar o saneamento desses locais", enfatiza a professora Suely Leal.
Com o objetivo de reverter o cenário preocupante em que se encontra o rio, o Comitê de Bacia do Rio Apodi/Mossoró está sendo instalado. Criado por meio de decreto durante a segunda gestão da ex-governadora Wilma de Faria, só agora o Comitê está planejando ações de preservação do manancial.
"Nós estamos organizando o Comitê, trabalhando na eleição dos representantes dos municípios interessados em participar da iniciativa. Existem comitês instalados em outras bacias que vêm obtendo bons resultados, precisamos seguir esses exemplos", afirma o professor Ramiro Camacho, que também faz parte da diretoria provisória do Comitê, onde exerce a função de secretário-geral.
Entre os projetos que deverão ser implementados pelo Comitê, está à integração dos 52 municípios, que serão divididos em três grandes grupos: as cidades da nascente (Alto Oeste), municípios do médio curso (Vale do Apodi) e as cidades da foz ou estuário (Areia Branca, Grossos etc). "É preciso que haja uma mobilização junto com as cidades que compõem a bacia, já que antes de recuperarmos o rio, é preciso para de poluí-lo", conclui Ramiro Camacho.
Fonte: Jornal O Mossoroense
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