Nos anos 40, a Base foi uma das iniciativas de Getúlio Vargas para se engajar no esforço de guerra dos aliados contra os nazistas.
A Base Aérea de Natal está completando, nesta sexta-feira, 70 anos de criação. Instalada em março de 1942, por decreto do então presidente da república Getúlio Vargas, ela foi uma das duas iniciativas mais visíveis do governo getulista para se engajar no esforço de guerra dos aliados contra os nazistas, em luta na Europa e Norte da África. Tanto que a edição de 3 de março de 1942 do jornal "A Republica" trazia, em destaque, a notícia sobre a criação da "Base", como passou a ser conhecida para os natalenses a partir daquela época.
Hoje, quem visita a Base tem a oportunidade de fazer uma viagem no tempo. A área com mais de nove milhões de metros quadrados - contando com o destacamento de Maxaranguape - abriga parte da história de Parnamirim. No local, há prédios construídos pelos norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial ainda em perfeito estado de conservação. Um deslumbre para os saudosistas. Por outro lado, a modernidade se faz presente nos hangares que abrigam aviões-caças e helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB).
Com um efetivo de dois mil militares e mais de 200 civis, a Base tem características que a fazem parecer com uma cidade. Apoiar as unidades aéreas em geral, da FAB e ser centro de formação de pilotos é, atualmente, a principal função da Bant.
No comando dessa cidade que conta com bancos, hospital, escola, igreja e até mesmo uma lagoa, está o Coronel Aviador João Campos Ferreira Filho. O militar assumiu o posto no dia 6 de janeiro passado. No currículo do comandante que está na FAB desde 1985, consta o comando de uma unidade aérea. Até dezembro de 2013, será o coronel o responsável pela administração da Bant. O mandato é de dois anos. "São dois anos porque a finalidade é promover a rotatividade de pessoas e de idéias. Minha expectativa é conseguir fazer com que meus assessores tragam boas ideias para realizarmos uma boa administração dessa que é a maior base da Aeronáutica", disse.
Situada em uma área de grande especulação imobiliária, a Bant não tem expectativa de crescimento. "É difícil falar em projeto de expansão quando já somos a maior do Brasil. As construções ao redor são mais de condomínios horizontais. Isso não nos preocupa. Nossa preocupação é com o gabarito de altura, por causa da pista, explicou o coronel. "A especulação imobiliária já tomou conta do entorno, mas não temos problemas com invasão, por exemplo", completou.
Dentro da Bant, há 180 residências destinadas aos oficiais da FAB. As ruas são largas, limpas e o espaço é bem arborizado. A brisa é constante e a lagoa completa o cenário. Aviões utilizados na Segunda Guerra Mundial jazem em alguns canteiros e dão um aspecto de grande museu à céu aberto ao local. Na vila dos oficiais, quase não se ouve o barulho das turbinas dos aviões que pousam e decolam do Aeroporto Internacional Augusto Severo.
Cenário um pouco diferente, pelo menos com mais barulho, encontra os aspirantes à oficial voador. Por ano, mais de cem jovens oriundos da Academia Militar chegam a Bant para participar dos cursos de piloto de caça ou helicóptero. "Aqui, existe o Grupo de Instrução Técnica Especializada (Gite) onde os aspirantes participam do primeiro curso de tática. Só depois desse curso eles estão aptos a realizarem outras atividades", explicou Coronel Campos.
Parnamirim Field: a maior base dos EUA
Os militares norte-americanos começaram a chegar a Natal antes mesmo da formalização do acordo Brasil-Estados Unidos (outubro de 1941) e da declaração de guerra do governo Vargas aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Segundo o historiador Lenine Pinto, no dia 26 de junho de 1941 passaram pelo campo de Parnamirim os primeiros aviões-bombardeiros da U.S Air Force, disfarçados de cargueiros comerciais, no vôo para a ilha de Ascenção. O destino final estava na África. Um mês depois da passagem dos bombardeiros, o governo brasileiro autorizou a Panair do Brasil - subsidiária da matriz de aviação civil norteamericana - a "construir, melhorar e aparelhar os aeroportos" entre o Amapá e Salvador, "com o fim de permitir a sua utilização por aeronaves de grande porte".
Começaram, então, a desembarcar em Natal as equipes técnicas da Airport Division (ADP). Eram, na verdade, militares americanos que chegavam para a construção de Parnamirim Field, o maior campo de aviação e base de operações militares que os Estados Unidos viria a ter, durante a II Guerra, fora do seu território.
O financiamento e a direção do projeto ficaram totalmente a cargo do governo norte-americano. Para as obras foram contratados seis mil operários, na época um exército de migrantes do interior do Estado que se movimentava dia e noite sob as ordens do capataz José Aguinaldo de Barros. Os trabalhos começaram em novembro de 1941, mas acelerados em março de 1942. A Base Leste dos norte-americanos custou 9,5 milhões de dólares.
Foram construídas duas novas pistas de pouso asfaltadas, com capacidade para operação de aviões-bombardeiros de porte médio, mais seis pistas secundárias de rolagem, doze áreas de estacionamento pavimentadas, dez hangares e todo o equipamento de auxílio à navegação área, comunicação, iluminação, depósitos de combustíveis e de água, um "pipe line" entre o bairro natalense de Santos Reis e as instalações militares.
Parnamirim Field tinha 600 edificações, a maioria barracões com paredes de alvenaria e teto de zinco, que permitiam alojar 1.800 oficiais e 2.700 praças. Para transportar até a base as cargas que chegavam em navios desembarcadas no Porto de Natal, os norte-americanos construíram uma nova estrada para Parnamirim, aberta e pavimentada em seis semanas. Pedaços do velho asfalto ainda podem ser vistos, ao lado da duplicação da BR 101. (C.P.)
Com um efetivo de dois mil militares e mais de 200 civis, a Base tem características que a fazem parecer com uma cidade. Apoiar as unidades aéreas em geral, da FAB e ser centro de formação de pilotos é, atualmente, a principal função da Bant.
No comando dessa cidade que conta com bancos, hospital, escola, igreja e até mesmo uma lagoa, está o Coronel Aviador João Campos Ferreira Filho. O militar assumiu o posto no dia 6 de janeiro passado. No currículo do comandante que está na FAB desde 1985, consta o comando de uma unidade aérea. Até dezembro de 2013, será o coronel o responsável pela administração da Bant. O mandato é de dois anos. "São dois anos porque a finalidade é promover a rotatividade de pessoas e de idéias. Minha expectativa é conseguir fazer com que meus assessores tragam boas ideias para realizarmos uma boa administração dessa que é a maior base da Aeronáutica", disse.
Situada em uma área de grande especulação imobiliária, a Bant não tem expectativa de crescimento. "É difícil falar em projeto de expansão quando já somos a maior do Brasil. As construções ao redor são mais de condomínios horizontais. Isso não nos preocupa. Nossa preocupação é com o gabarito de altura, por causa da pista, explicou o coronel. "A especulação imobiliária já tomou conta do entorno, mas não temos problemas com invasão, por exemplo", completou.
Dentro da Bant, há 180 residências destinadas aos oficiais da FAB. As ruas são largas, limpas e o espaço é bem arborizado. A brisa é constante e a lagoa completa o cenário. Aviões utilizados na Segunda Guerra Mundial jazem em alguns canteiros e dão um aspecto de grande museu à céu aberto ao local. Na vila dos oficiais, quase não se ouve o barulho das turbinas dos aviões que pousam e decolam do Aeroporto Internacional Augusto Severo.
Cenário um pouco diferente, pelo menos com mais barulho, encontra os aspirantes à oficial voador. Por ano, mais de cem jovens oriundos da Academia Militar chegam a Bant para participar dos cursos de piloto de caça ou helicóptero. "Aqui, existe o Grupo de Instrução Técnica Especializada (Gite) onde os aspirantes participam do primeiro curso de tática. Só depois desse curso eles estão aptos a realizarem outras atividades", explicou Coronel Campos.
Parnamirim Field: a maior base dos EUA
Os militares norte-americanos começaram a chegar a Natal antes mesmo da formalização do acordo Brasil-Estados Unidos (outubro de 1941) e da declaração de guerra do governo Vargas aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Segundo o historiador Lenine Pinto, no dia 26 de junho de 1941 passaram pelo campo de Parnamirim os primeiros aviões-bombardeiros da U.S Air Force, disfarçados de cargueiros comerciais, no vôo para a ilha de Ascenção. O destino final estava na África. Um mês depois da passagem dos bombardeiros, o governo brasileiro autorizou a Panair do Brasil - subsidiária da matriz de aviação civil norteamericana - a "construir, melhorar e aparelhar os aeroportos" entre o Amapá e Salvador, "com o fim de permitir a sua utilização por aeronaves de grande porte".
Começaram, então, a desembarcar em Natal as equipes técnicas da Airport Division (ADP). Eram, na verdade, militares americanos que chegavam para a construção de Parnamirim Field, o maior campo de aviação e base de operações militares que os Estados Unidos viria a ter, durante a II Guerra, fora do seu território.
O financiamento e a direção do projeto ficaram totalmente a cargo do governo norte-americano. Para as obras foram contratados seis mil operários, na época um exército de migrantes do interior do Estado que se movimentava dia e noite sob as ordens do capataz José Aguinaldo de Barros. Os trabalhos começaram em novembro de 1941, mas acelerados em março de 1942. A Base Leste dos norte-americanos custou 9,5 milhões de dólares.
Foram construídas duas novas pistas de pouso asfaltadas, com capacidade para operação de aviões-bombardeiros de porte médio, mais seis pistas secundárias de rolagem, doze áreas de estacionamento pavimentadas, dez hangares e todo o equipamento de auxílio à navegação área, comunicação, iluminação, depósitos de combustíveis e de água, um "pipe line" entre o bairro natalense de Santos Reis e as instalações militares.
Parnamirim Field tinha 600 edificações, a maioria barracões com paredes de alvenaria e teto de zinco, que permitiam alojar 1.800 oficiais e 2.700 praças. Para transportar até a base as cargas que chegavam em navios desembarcadas no Porto de Natal, os norte-americanos construíram uma nova estrada para Parnamirim, aberta e pavimentada em seis semanas. Pedaços do velho asfalto ainda podem ser vistos, ao lado da duplicação da BR 101. (C.P.)
Fonte: Tribuna do Norte
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