O presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Aduern), Flaubert Torquato, diz que os professores estão confiantes de que o Governo do Estado cumprirá o acordo salarial com a categoria, de começar a pagar o parcelamento do reajuste de 27% na folha de abril, a primeira das três parcelas, com correção de 10,65%.
O acordo pôs fim à greve dos professores, dia 14 de setembro de 2011, que durou 106 dias e a maior da história do serviço público do Rio Grande do Norte. As demais duas parcelas serão pagas em 2013 e 2014. "O sentimento da categoria é que o acordo será cumprido, não passa pela nossa cabeça outra coisa se não o cumprimento do acordo", diz.
Segundo o presidente, a Aduern já foi informada de que os recursos para o reajuste já estão disponíveis no orçamento da Universidade de 2012 e que a minuta do projeto de lei que regulamenta o reajuste já tramita no Governo do Estado para ser enviado à Assembleia Legislativa a fim de aprovação, o que deve acontecer até o próximo mês.
"A governadora deu a palavra, os secretários reforçaram o compromisso e estamos confiantes. Vamos esperar os contracheques na confiança de que não teremos nenhuma surpresa desagradável", diz Flaubert Torquato, acrescentando que, se não houver o reajuste, a Aduern tomará as providências para que o acordo seja cumprido.
Mas ele diz torcer para que o descumprimento não aconteça, para que não haja possibilidade de nova greve e reedição do desgaste da paralisação para professores, governo, alunos, sociedade. "Temos informações de que o orçamento da Uern já contempla o reajuste, então, estamos acompanhando a situação com traquilidade", conta.
A título de acompanhamento, o professor informa que a Aduern pede audiência com o Governo do Estado, a fim de conhecer o teor do projeto de lei em tramitação no Governo do Estado, para certificar se a minuta contempla o que foi acordado com a categoria. "E também discutir outros assuntos, porque o diálogo ficou aberto com o governo", informa.
MEMÓRIA
A greve na Uern durou mais de três meses e obteve adesão dos professores e técnicos-administrativos. Após várias rodadas de negociações, os servidores aceitaram a proposta do Governo Estado de reajuste de 27% dividido em três anos. A primeira parcela em abril deste ano e as demais, de 7,65%, em 2013 e 2014.
Comissão começará a discutir autonomia no dia 12
A Comissão de Elaboração do Projeto de Autonomia Financeira Plena da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) realizará a primeira reunião dia 12 deste mês, às 9h, na Sala dos Conselhos da Universidade, para definir planejamento de trabalho a fim de construção da proposta a ser encaminhada ao Governo do Estado.
Com autonomia financeira plena, a Uern terá orçamento próprio, e não ficará mais dependente da projeção orçamentária do governo. Para isso, a Universidade apresentará ao Estado uma sugestão de percentual a ser descontado da receita do Rio Grande do Norte em favor da instituição, de modo a contemplar necessidades momentâneas e futuras.
"A comissão foi formalmente instalada, e não houve ainda nenhuma discussão oficial. Isso começará na reunião do dia 12. Vamos fazer um estudo, identificar necessidades, fazer projeções para o futuro e montar uma proposta que seja interessante tanto para a Universidade quanto para o governo", diz o presidente da comissão, Valdomiro Morais.
O professor acrescenta que o assunto será debatido com todos os segmentos da Universidade, haja vista a importância e o interesse do tema na comunidade acadêmica. "Vamos fazer um estudo e depois manter a proposta", sintetiza Morais, acrescentando que o início das discussões determinará também o prazo no qual a proposta será montada.
A comissão foi instituída terça-feira (28) e é composta ainda pelos professores Marcos de Camargo e Telma Gurgel; pelos servidores Telma Ferreira, Sérgio Luiz Lobato e Erison Natércio; pelos acadêmicos Willian Borges, Petrônio de Andrade e Sauro Spinelli; representantes da Reitoria, Severino Neto, Fábio Lúcio e Lauro Gurgel.
O presidente da Associação dos Docentes (Aduern), Flaubert Torquato, diz que a autonomia financeira será a "carta de alforria" da Universidade, pois a libertará das diretrizes orçamentárias do Governo do Estado. "A comissão é um passo importante nessa direção para construirmos uma proposta consensual", avalia o professor.
Fonte: Jornal O Mossoroense
Nenhum comentário:
Postar um comentário