Aliado do governo petista de Dilma Rousseff. Companheiro do tucano Aécio
Neves em viagem ao exterior. Apoiador do ascendente Eduardo Campos
(PSB), governador de Pernambuco. Amigo da bancada ruralista.
O peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) desliza entre forças
concorrentes no Congresso com um objetivo central: aos 64 anos,
"Henriquinho", como é conhecido, quer ser presidente da Câmara, cargo
pelo qual está em campanha há três anos.
A pretensão de presidir a Casa já estava expressa num slogan de 2010,
quando se elegeu deputado pela 11ª vez: "Vote em um e leve três:
deputado, presidente da Câmara e presidente da República em exercício".
Herdeiro político do clã iniciado pelo governador do Rio Grande do Norte
Aluísio Alves (1921-2006) e deputado há 42 anos, sete deles à frente da
liderança do PMDB, Henrique Alves fez acertos eleitorais às custas de
seu próprio partido.
Exemplo: em 2011, trabalhou informalmente em favor de Ana Arraes, mãe de
Eduardo Campos, para o Tribunal de Contas da União (TCU). Só que o PMDB
tinha candidato ao cargo.
Em retribuição, Campos recusa-se a declarar apoio ao candidato do PSB,
Júlio Delgado (MG), que concorre contra Alves sem aval do presidente
nacional da legenda.
Parceiro do vice-presidente da República, Michel Temer, o favorito para
comandar a Câmara carrega promessas de campanha capazes de tirar o sono
de Dilma.
Uma delas é a defesa de equiparação automática do salário dos deputados
ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente de R$
28.059. O gatilho depende da aprovação de uma emenda no Congresso.
"A emenda está pronta. Não sei por que não foi aprovada. Esse não pode
ser tema clandestino. Tem que ter critério. Fica defensável", diz.
Sobre seu plano de instituir o pagamento obrigatório de "um percentual
significativo das emendas individuais", afirma:
"Todos os governos
estabelecem essa humilhação que é o parlamentar ficar mendigando por um
direito dele. De repente, se tornou um toma lá dá cá por uma postura
inadequada".
Hoje porta-voz do discurso corporativista do Congresso, Henrique Alves nunca transitou pelo chamado "baixo clero" da Câmara.
O peemedebista não conseguiu extrapolar os limites do Congresso, sendo
derrotado nas três vezes em que se aventurou ao Executivo.
Na escalada pela presidência da Câmara, só não esconde as restrições a
um desafeto: o favorito para ser presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL).
Fonte: Folha
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