
Ao
digitar o nome da presidente Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição
pelo PT, no campo de buscas do Google, aparecem os termos "bolada",
"Rousseff", "Twitter" e "cabulosa". A assessoria de imprensa do PT
Nacional não respondeu a solicitação para comentar o assunto Sérgio Lima/Folhapress / Arte UOL
O internauta interessado em saber mais sobre os pré-candidatos à
Presidência ou ao governo de seu Estado pode optar por fazer uma busca
rápida na internet e tentar encontrar material a respeito. Mas ao
digitar o nome do candidato no Google, o serviço de busca mais usado do
mundo, por exemplo, o internauta pode se surpreender. Os dois principais
nomes da oposição e a presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição
em outubro, têm seus nomes relacionados a termos depreciativos.
Segundo o Google, o preenchimento automático no campo de buscas
mostra resultados sugeridos para ajudar o usuário a achar de forma mais
rápida o que procura. As buscas são produzidas automaticamente baseadas,
por exemplo, na popularidade dos termos buscados e as informações
existentes na rede.
Entretanto, nem sempre o termo que aparece
tem algum fundamento ou está ligado a uma notícia ou informação
publicada, é apenas algo que foi muito buscado pelos internautas sem uma
razão definida.
Para o advogado Alberto Rollo, especialista em
direito eleitoral, políticos que se sentirem lesados podem acionar a
Justiça. Segundo ele, casos como estes podem ser classificados como
difamação, injúria e calúnia. "Esse tipo de crime é contra a honra. Você
tem o direito de fazer isso [acusar políticos] desde que seja verdade.
Se você não consegue provar, o conteúdo pode sair do ar", afirma.
Recentemente, a Justiça
de São Paulo negou dois pedidos feitos pelo senador Aécio Neves (MG),
virtual candidato do PSDB à Presidência, para bloquear buscas na
internet. O nome do tucano aparece relacionado ao "uso de entorpecentes" na ferramenta.
Mas não é só o tucano que é "vítima" das buscas: a pré-candidata do PT e
presidente da República Dilma Rousseff aparece relacionada aos termos
"bolada" e "cabulosa".
Questionada pelo UOL se pretende pedir para retirar as menções do ar, a assessoria de imprensa do PT nacional não se pronunciou.
Já o também pré-candidato à Presidência pelo PSB Eduardo Campos aparece
relacionado com o termo "corrupção". Em resposta, a assessoria de
Campos explica que "o termo pode ter sido pesquisado por pessoas
interessadas em saber qual a opinião do presidente do PSB sobre o
assunto." A assessoria ainda disse que não tem intenção de tentar
retirar esse termo da pesquisa, já que a internet é um canal aberto para
debates e questionamentos.
O atual governador de Pernambuco
apareceu também no Facebook. No final do mês de março, o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) manteve a decisão liminar que determinou à rede
social de Zuckerberg a retirada imediata da página com propaganda
antecipada de eventual candidatura de Campos.
A página deve
permanecer 'fora do ar' até o dia 5 de julho, já que, segundo a Lei das
Eleições (Lei nº 9.504/1997), propaganda eleitoral só é permitida a
partir do dia 6 de julho do ano da eleição. A lei ainda estabelece
algumas proibições, como a veiculação de qualquer tipo de propaganda
paga, em sites de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, e em
páginas oficiais ou hospedadas por órgãos ou entidades da Administração
Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos municípios.
Eleições 2014 na internet
O papel da internet cresce e fica mais determinante em cada ano de
eleição. Para o diretor do instituto Datafolha, Mauro Paulino, esta
situação em sites de buscas pode sim afetar o candidato, mas de forma
restritiva.
"O uso da internet no Brasil, apesar de ter uma
abrangência crescente, ainda não atinge a maioria da população. (...) Eu
acho que este tipo de coisa só pode provocar um prejuízo eleitoral
muito grande se atingir outras mídias também, principalmente televisão",
analisa Paulino.
Para Rollo, campanhas na internet, positivas
ou negativas, não são como na TV, rádio e jornal, que a população as
recebe como impacto de propaganda. Na internet, para você saber o que
está acontecendo com determinado candidato, você tem que realizar vários
atos. "É obrigado a tomar várias providências para que a propaganda
chegue até você", explica Rollo.
"Se alguém perder a eleição, não vai poder dizer que foi por conta disso.", enfatiza Paulino.
Fonte: Uol
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