Numa imaginária Copa do Mundo do PIB (Produto Interno Bruto), o Brasil
teria também que sediar o evento para ter lugar garantido entre os oito
cabeças de chave. A alta de 0,2% no 1º trimestre, divulgado nesta
sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), coloca o país na 9ª posição do ranking de crescimento econômico
dos países participantes da mundial de futebol da Fifa, segundo
levantamento feito pelo economista Jason Vieira, diretor-geral do portal
de informações financeiras MoneYou, a pedido do G1.
Dos 32 países que disputarão a Copa deste ano, 16 já divulgaram os
resultados do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos,
no 1º trimestre. Esses números mostram a evolução das economias no
começo do ano.
O Japão lidera o ranking, com avanço de 1,5% nos três primeiros meses,
seguido por Coreia do Sul (0,9%), Alemanha (0,8%) e Reino Unido (0,8%). À
frente do Brasil estão também Chile, Espanha, Bélgica e México. A Suíça
aparece empatada, com crescimento também de 0,2%. Veja tabela acima.
"A atividade econômica ainda não se aproveitou do grande evento mundial
e muitos acreditam que os feriados forçados em dias de jogos
neutralizarão os ditos efeitos positivos dos gastos de turistas e
brasileiros", avalia o economista.
O levantamento faz também a comparação do PIB nominal dos países da
Copa. Das maiores economias do mundo, só a China está fora do mundial.
Na análise do tamanho das economias, o Brasil aparece na 6ª posição da
lista de 32 países, atrás de Estados Unidos, com seu colossal PIB de US$
15,9 trilhões, Japão, Alemanha, França e Reino Unido.
Na lanterna aparece a Bósnia e Herzegovina, com um PIB anual de cerca
de US$ 17 bilhões. O topo de baixo do ranking reúne também Gana (US$ 41
bilhões), Camarões (US$ 25 bilhões), Costa do Marfim (US$ 25 bilhões) e
Honduras (US$ 18 bilhões). Veja gráfico ao final do texto.
Futebol x economia
Entre as seis maiores economias da Copa, o Brasil é o maior campeão das Copas, com 5 títulos, seguido por Itália (4) e Alemanha (3).
O levantamento lembra que, em termos de apostas, o Brasil vai bem nas
bolsas, onde a expectativa é de que o país chegue à final contra a
Argentina no Maracanã, com 60% de chance de levar a taça, segundo estudo
do banco Goldman Sachs.
"Vemos que liderança em futebol nunca quis dizer absolutamente nada em
termos econômicos e, comprovadamente, foram poucos eventos desta
magnitude que deixaram um legado econômico e de infraestrutura positivos
aos países", afirma Vieira. "Os defensores adoram citar as olimpíadas
de 92 em Barcelona e esquecem que o mesmo evento 'quebrou' a Grécia",
pontua.
Segundo o economista, mais do que os gastos em estádios e
infraestrutura para a Copa do Brasil, que devem girar em torno de R$ 30
bilhões, o que mais chama a atenção são os recursos a “fundo perdido”,
originários de investimento governamental. "O que se discute muito e
origina os protestos não é o montante gasto ou o resultado disso, mas,
sim, as inúmeras promessas não cumpridas, principalmente de
infraestrutura e a absurda redução da participação privada no evento,
sendo esta uma das mais caras e com maior 'share' [participação] estatal
de todas", critica.
Fonte: G1
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