Andreza Raclene faz apelo nas redes sociais
para conseguir cirurgia para o bebê
(Foto: Reprodução/Facebook de Andreza Raclene)
(Foto: Reprodução/Facebook de Andreza Raclene)
A mãe de um bebê recém-nascido está usando as redes sociais para pedir
uma cirurgia para o filho, que aguarda há 11 dias pelo procedimento na
rede pública de saúde do Rio Grande do Norte. O bebê nasceu com os
órgãos expostos. Segundo Andreza Raclene, que tem 18 anos, o filho dela
foi diagnosticado com meningomielocele sacral - uma má formação
congênita que se caracteriza por um fechamento incompleto do tubo
neural, tecido que dá origem a coluna vertebral; além de onfalocele,
outro tipo de má formação que atinge a parede abdominal e deixa os
órgãos internos expostos. Os dois problemas causaram ainda uma
hidrocefalia - acúmulo de líquido na cavidade craniana. "Por causa da
abertura no corpo e posição dos órgãos, ainda não foi possível saber o
sexo do bebê", disse a mãe.
A Secretaria Estadual de Saúde informou ao G1, por meio de sua assessoria de imprensa, que já tomou conhecimento do caso e que a cirurgia será feita assim que possível.
Andreza conta que a criança deveria ter feito a cirurgia logo após o
parto, no dia 15 deste mês, mas desde então o procedimento ainda não foi
realizado. Ela contou que a criança foi diagnosticada com o problema
ainda durante o pré-natal. "Fiz um ultra-som em Mossoró e lá foi
diagnosticado esse problema. O médico me encaminhou para a maternidade
Januário Cicco, em Natal, onde todo mês eu passava por uma consulta para
acompanhar a gestação", explicou. Andreza é dona de casa e mora na
cidade de Grossos, na região Oeste do estado.
Já em Natal, Andreza foi informada pela equipe médica de que teria que
realizar uma cesariana e que logo após o parto a criança passaria por
uma cirurgia para corrigir as más formações. "Minha cesariana estava
marcada para o dia 25 deste mês, mas tive um sangramento 10 dias antes e
o parto precisou ser antecipado. A cirurgia estava prevista para o dia
25, assim que a criança nascesse, pois é um caso de alto risco. Contudo,
já fazem 11 dias que meu filho nasceu e o procedimento ainda não foi
realizado", lamentou.
A criança ficou 10 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal (UTI) da Maternidade Escola Januário Cicco. Ele tem uma
abertura na parte de baixo da coluna que está aberta desde então. "Só
ontem (quarta-feira, dia 25) consegui a transferência dele para o Varela
Santiago (hospital especializado em atendimento pediátrico). Apesar dos
problemas ele estava bem, mas ontem teve uma piora e agora respira com a
ajuda de aparelhos", disse. Andreza falou ainda que o médico sequer
conseguiu descobrir o sexo da criança por causa da má formação. "Não deu
para ver no ultra-som se é menino ou menina. Além disso, os órgãos
estão dispostos de uma forma que não dá para saber se a criança tem um
útero ou não", explicou.
Andreza está em Natal, na casa de parentes, enquanto aguarda uma
solução. "Estou com minha mãe na casa de um tio meu. O médico que
recebeu meu filho disse que um cirurgião-pediatra ainda terá que fazer
uma avaliação para definir quais cirurgias serão necessárias. Minha
preocupação é grande porque ele piorou nos últimos dias", contou ela.
De acordo com a mãe da criança, o sentimento é de preocupação.
"Infelizmente não posso fazer nada. Tenho tentado ficar tranquila e
confiar em Deus", disse.
'Médica disse que o bebê iria nascer e morrer'
De acordo com a auxiliar de serviços gerais Adriely França, irmã de Andreza, a médica de plantão que atendeu a gestante disse que "a criança iria nascer e morrer".
"Chegamos no hospital no dia 14, porque os médicos que fizeram o
pré-natal dela aqui em Natal disseram que, caso acontecesse qualquer
coisa, ela deveria correr para cá. A médica que atendeu minha irmã virou
para nós e disse que 'não sabia o que a gente estava fazendo no
hospital, porque a criança iria nascer e morrer'. Depois disso, colocou a
Andreza em uma cadeira no corredor do hospital. Nossa sorte foram as
enfermeiras do hospital, que viram que o caso era de urgência e
colocaram ela em um quarto para fazer o parto", disse a irmã.
Ainda segundo Adriely, o médico que atendeu Andreza pela manhã
questionou o fato de o parto não ter sido realizado. "Demos sorte com o
médico que atendeu ela pela manhã, pois nos tratou muito bem. Ele
agilizou para que o parto fosse feito e reiterou que a cirurgia da
criança deveria ser feita logo em seguida", disse ela.
Ao chegarem no Hospital Infantil Varela Santiago, não havia nenhum
requerimento de cirurgia enviado pela Maternidade Januário Cicco. "A
maternidade não solicitou a cirurgia. O médico do hospital que nos
atendeu disse que o bebê deveria ser operado logo, mas não havia
requerimento", explicou afirmou Adriely.
A irmã disse também que o cirurgião já examinou a criança e agora a
família aguarda pelo procedimento. "O médico agora vai definir qual
procedimento será feito primeiro, pois o bebê deverá passar por mais de
uma cirurgia. Minha irmã decidiu lutar pela vida do filho e temos
esperanças de que ele vai viver", falou Adriely.
Fonte: G1 RN
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