terça-feira, 10 de junho de 2014

Copa: Fifa se defende e diz que paga por custos operacionais

Foto: Thomas Hodel / Reuters
  
Mundial de 2014 é o mais caro da história

A Fifa defendeu-se nesta terça-feira das críticas pelas quais estaria faturando alto com a Copa do Mundo mais cara de todos os tempos, às custas do povo brasileiro. A entidade disse em comunicado que pagou os 2 bilhões de dólares (R$ 4,5 bilhões) em custos operacionais do Mundial com dinheiro proveniente da venda de direitos de TV e marketing e que nenhum centavo de dinheiro do contribuinte brasileiro foi gasto neste tipo de despesa.

O Mundial com 32 países começa na quinta-feira e teve um custo total para o Brasil de 25,8 bilhões de reais (11,6 bilhões de dólares) em investimentos, incluindo estádios, aeroportos, transporte urbano e outros projetos de infraestrutura. Um terço dos recursos foi gasto para construir ou reformar os estádios das 12 cidades-sede.

A Fifa afirmou que foi uma escolha do Brasil construir 12 estádios, em vez de optar por oito ou 10, e que entre os investimentos há projetos de infraestrutura que não são diretamente relacionados ao Mundial, os quais ficarão como legado para o país.

Muitos brasileiros consideram o montante de dinheiro gasto excessivo para um país em desenvolvimento que possui prioridades mais urgentes e os críticos alegam que o dinheiro deveria ter sido empregado na melhoria de serviços públicos deficientes nas áreas de saúde, educação e transporte.

Os altos custos causaram desilusão com o principal evento de um esporte pelo qual os brasileiros são apaixonados. Manifestações contra o torneio, como as realizadas durante a Copa das Confederações no ano passado, continuam a ameaçar o andamento do Mundial.

Parte dos brasileiros acredita que a Fifa transformou a Copa em um grande negócio, ao ponto de obrigar o país a modificar suas leis para permitir a venda de bebidas alcoólicas produzidas por patrocinadores dentro dos estádios.

Outra crítica comum está relacionada ao preço dos ingressos e a Fifa afirma que há ingressos disponíveis por preços considerados baratos quando comparados a outros eventos esportivos como a Olimpíada, corridas de Fórmula 1 e torneios de tênis.

A Fifa também negou que tenha exigido isenção fiscal aos seus patrocinadores e a suas atividades comerciais durante a Copa, embora tenha solicitado a flexibilização de regras alfandegárias para importação de materiais necessários para a organização do torneio, tais como computadores, bolas de futebol e outdoors eletrônicos, disse a entidade no comunicado.


A entidade rejeitou ainda acusações de que tenha demandado o despejo de pessoas que moravam perto dos estádios construídos ou reformados, ou que tenha afastado vendedores ambulantes dos arredores dos locais de realização das partidas.

Foto: Ronen Zvulun / Reuters
  
Joseph Blatter enfrenta protestos e críticas contra lucro da Fifa com Copa no Brasil

Devido a preocupações de segurança, ambulantes tiveram que se cadastrar para vender somente produtos autorizados ao redor dos estádios e para isso receberam treinamento e uniformes, disse o comunicado da Fifa.

A Copa do Mundo de 2010 na África do Sul gerou uma arrecadação total de 3,65 bilhões de dólares (R$ 8,14 bilhões) para a Fifa, incluindo US$ 2,4 bilhões (R$ 5,35 bilhões) em direitos de transmissão pela TV, mas excluindo a renda da venda de ingressos. Os gastos totais foram de US$ 1,3 bilhão (R$ 2,90 bilhões), de acordo com a Fifa.

Fonte: Terra

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