Luiz Felipe Scolari orienta os jogadores da seleção brasileira durante o treino no estádio Presidente Vargas, em Fortaleza Jefferson Bernardes/VIPCOMM
Forjada com um pai mais dominante e popular, a atual versão da
Família Scolari terá seu primeiro grande teste nesta sexta, quando o
Brasil enfrenta a Colômbia em Fortaleza, às 17h, por uma vaga na
semifinal da Copa do Mundo. Em 90 minutos ou mais, jogadores e treinador
terão de provar que falam a mesma língua em campo, apesar de tudo o que
aconteceu nos últimos dias.
A classificação obtida nos pênaltis
contra o Chile deixou a seleção combalida. Os jogadores foram
criticados pela suposta falta de preparo psicológico, o técnico disse
que se arrepende de uma escolha no grupo de 23 convocados e os atletas
já reagem aos acontecimentos. Essa sequência abala alguns dos preceitos
básicos do que se convencionou chamar de "Família Scolari".
Foi
esse o apelido que o elenco de 2002 ganhou ao comprar o discurso de
Felipão antes e durante a Copa do Mundo daquele ano, em que a seleção
sagrou-se pentacampeã. O papai Scolari, com seu discurso motivador e a
fidelidade aos atletas, conseguiu fazer com que estrelas como Ronaldo,
Rivaldo e Roberto Carlos "corressem por ele".
Na semana que se
passou, a família atual sofreu muitos abalos, a começar pelo
questionamento emocional. Em um grupo fechado como o de 2002, a força
psicológica era uma das vantagens. Agora, o próprio Felipão mostrou-se
preocupado com o estado mental de seus atletas. A imagem do zagueiro
Thiago Silva com os olhos marejados, afastado dos colegas e pedindo para
não bater seu pênalti, dominou o noticiário na semana.
Como o
grupo reagirá ao capitão em campo? Durante as cobranças, o papel de
liderança foi dividido entre David Luiz, Júlio César e Paulinho, que
motivou os companheiros mesmo com o colete dos reservas. Diante da
Colômbia, a ascendência tradicional de Thiago Silva sobre os colegas
estará sob constante avaliação e ajudará a medir a união interna do
grupo.
A relação dos atletas com o treinador, porém, é outro
capítulo. Pressionado, Felipão chamou seis jornalistas com quem mantêm
relação próxima para desabafar sobre o time. Disse, entre outras coisas,
que a equipe não vai bem e que se arrepende de uma das 23 opções que
fez.
O discurso, em um primeiro momento, desagradou as pessoas
próximas aos jogadores, que se queixaram de que Felipão estaria
transferindo responsabilidades e expondo o grupo. Agora, o grupo já dá
sinais, segundo apurou o UOL Esporte, de que a atitude do técnico não caiu bem.
Diante da perigosa Colômbia e com o emocional dos jogadores em xeque, o
talento motivacional de Felipão será testado. Se o grupo não estiver
satisfeito, porém, a nau da Família Scolari pode afundar.
Do Site Uol
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