quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pesquisa avalia população de Luís Gomes

Carros-pipa foram utilizados para abastecer a cidade devido à falta de água ocasionada pela seca – Foto Portal Cofemac 
Carros-pipa foram utilizados para abastecer a cidade devido à falta de água ocasionada pela seca – Foto Portal Cofemac

A proximidade com os fatos levou dois estudantes de ensino médio, da Escola Estadual Mariana Cavalcanti, no município de Luís Gomes, a desenvolver uma pesquisa com o objetivo de analisar o comportamento das pessoas relacionado à escassez no abastecimento e ao uso consciente da água. A população foi ouvida por amostragem, de maio a setembro do ano passado, num total de 400 pessoas. Os resultados da pesquisa foram preparados para apresentação durante a 12ª Feira de Ciências e a 3ª Mostra de Iniciação Científica (FEMMIC 2014), em Salvador.

De acordo com a estudante pesquisadora Sara Lima e Silva, “durante dois anos, a cidade foi abastecida por carros-pipa com água extraída do reservatório hídrico de Pau dos Ferros (distante cerca de 40 quilômetros de Luís Gomes). Cada habitante tinha direito a 20 litros de água para o consumo diário retirados nas caixas d’água, distribuídas na cidade (49 pontos) e pelas comunidades rurais (23 pontos)”. Os olhares dos estudantes se voltaram para uma pesquisa no campo das Ciências Sociais, na busca de encontrar respostas para o comportamento de pessoas que gastavam cerca de duas horas por dia, em filas, para abastecer suas casas com água.

Segundo o jovem pesquisador Francisco de Assis de Oliveira Júnior, “pudemos constatar, através dos questionários e das enquetes que a população recebe água, em quantidade delimitada, e acredita que o volume de chuvas não é suficiente para abastecer os reservatórios hídricos localizados no semiárido, mas muitas vezes se comporta de maneira indiferente a situação de escassez. O que concluímos foi a necessidade de um programa de conscientização da população, para o uso da água com responsabilidade e sua efetiva valorização para a sobrevivência da vida na região”.

As análises dos pesquisadores foram confirmadas pela orientadora do projeto e professora de Língua Portuguesa e Educação Física, Solange Batista da Silva. Para a professora, “a pesquisa sobre a convivência da população na comunidade de Luís Gomes durante dois anos de seca nos mostrou que há uma apatia por parte da população, no que se refere a situação de falta de água. Mesmo sofrendo consequências drásticas, a pesquisa registrou comportamentos relacionados ao desperdício e também a descrença de que a água potável poderá se tornar uma raridade, principalmente no semiárido”.

O projeto foi premiado, durante a 3ª Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, realizada em Mossoró, em outubro do ano passado. A Feira é parte integrante do Programa de Extensão Ciência para Todos no Semiárido Potiguar, da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido e da UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura e apoio das DIREDs – Diretorias Regionais de Educação.

Segundo dados da Gerência de Transferência de Tecnologias e Comunicação, da EMPARN – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, com base na média histórica de chuvas, a seca de 2012 foi a maior dos últimos 55 anos.

Do Jornal Gazeta do Oeste

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