jornalistas Carlos Alberto Sardenberg e Miriam
Leitão
A Secretaria de Administração da Presidência da República informou,
em nota, que irá apurar o uso da rede de internet do Palácio do Planalto
para alteração de perfis de jornalistas. Reportagem do jornal O Globo,
publicada nesta sexta-feira (8) aponta que perfis dos jornalistas Miriam
Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, ambos da Rede Globo, na Wikipédia,
enciclopédia virtual, foram alterados, em maio do ano passado, a partir
da rede de internet do Palácio do Planalto. Foram incluídas críticas às
atuações dos profissionais como comentaristas econômicos.
“No caso da alteração dos perfis dos jornalistas Miriam Leitão e
Carlos Alberto Sardenberg, foi realizada a notificação de incidente e, a
partir dos elementos colhidos pela Diretoria de Tecnologia da
Presidência da República, será instalado no âmbito da Secretaria de
Administração o procedimento apuratório adequado. O procedimento tem
prazo de 60 dias para sua conclusão”, diz a nota.
De acordo com o órgão, o armazenamento dos registros de conexão foi
regulamentado após a entrada em vigor da Lei 12.965, “tornando-se
obrigatório 60 dias após a sanção do Marco Civil da Internet, momento a
partir do qual todos os gestores de serviço de acesso à internet
passaram a fazer o armazenamento dos registros de conexão”.
No Rio de Janeiro, o secretário-geral da Presidência da República,
ministro Gilberto Carvalho, classificou as alterações nos perfis dos
profissionais de imprensa como um ato “abominável”. “Fui informado só
hoje de manhã, não tive tempo de ver todos os detalhes. Da parte do
governo federal, não há nenhum sentido de atribuir qualquer
responsabilidade, não há nenhuma intenção nossa de fazer uma ação dessa
que, no meu juízo, e abominável”.
“Da nossa parte, nós faremos todo o possível para procurar encontrar
uma responsabilidade e punir duramente, porque isso não é aceitável na
democracia, contra qualquer cidadão, e sobretudo contra profissionais de
imprensa que são expostos. Apurar nos interessa, porque uma situação
dessa só faz mal para nós”, acrescentou o ministro.
Mais cedo, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência havia
dito, em nota, que era “tecnicamente impossível” identificar os
responsáveis pelas modificações. “Os conteúdos da rede de internet de
computadores do Palácio do Planalto, até julho deste ano, eram
arquivados por no máximo seis meses. As alterações nos perfis dos
jornalistas, citadas pela reportagem de O Globo, foram feitas em maio de
2013. Diante disso, não é possível identificar as máquinas utilizadas
para estas alterações”, acrescentando que “qualquer pessoa, mesmo que
estivesse em visita ao Palácio do Planalto, poderia, em tese, ter
realizado as alterações”,
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert)
divulgou nota em que condenou “todo o ato de adulteração de dados ou
informação falsa contra qualquer cidadão” e cobra a apuração do fato. De
acordo com a nota, é inaceitável “quando um episódio objetiva atingir
profissionais da imprensa”. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
também expressou preocupação com o episódio. “A ABI entende que este
fato insólito, sem precedentes no regime democrático em voga no país, é
inaceitável e compromete o direito à liberdade de expressão”, diz a
nota. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) também condenou o episódio.
No Congresso Nacional, partidos da oposição disseram que pretendem
pedir investigação do episódio e esclarecimentos do Palácio do Planalto.
Da Agência Brasil via Portal No Ar
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