Depois de ser palco de motins, tentativas de fuga,
brigas e do assassinato de pelo menos 14 presos só este ano, o Complexo
Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), registrou seu primeiro
caso de desaparecimento em 2014.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, a secretaria
estadual de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informou que
Rafael Alberto Libório Gomes, 23 anos, desapareceu de uma cela do Bloco A
do presídio na última quinta-feira.
Também conhecido por "Rafa" ou "Filho do Arrupiado”,
Gomes é citado em processos que tramitam na Justiça maranhense nos quais
diversos réus respondem, conforme sua participação, por homicídio,
roubo, furto qualificado, formação de quadrilha ou bando e receptação.
A secretaria disse estar “fazendo diligências internas”
para, com o apoio da Polícia Civil e do Serviço de Inteligência
Penitenciária, esclarecer o possível desaparecimento. A polícia trabalha
com duas hipóteses: Gomes conseguiu fugir ou foi morto e seu corpo,
escondido.
Nas redes sociais, alguns amigos de Gomes parecem não
ter dúvidas quanto à morte do detento. “Vai deixar saudade mano. Quem
está de luto aqui nem chega a respirar! Deus, quando essa guerra vai
acabar? Mais um moleque de um milhão morrendo [no crime]”, escreveu um
deles esta manhã.
"Só nos resta a certeza de que estará para sempre em
nossos corações. Rafael, fica com Deus, espero que esteja nos braços
dele", postou outro amigo de Gomes.
Esta é a segunda vez que o desaparecimento de um interno
de Pedrinhas vem a público. Em abril de 2013, o detento Ronalton Silva
Rabelo também foi declarado desaparecido. O caso nunca foi esclarecido.
Maior
estabelecimento prisional do Maranhão, o Complexo de Pedrinhas está
superlotado e é palco da disputa entre facções criminosas que brigam
pelo controle do tráfico de drogas no estado. Segundo dados do Conselho
Nacional de Justiça, pelo menos 60 detentos morreram na unidade em 2013.
Foi de dentro do presídio de Pedrinhas que partiram as
ordens para que bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da
capital maranhense e ateassem fogo a ônibus, no início de janeiro deste
ano. Em um dos cinco ônibus incendiados estava a menina Ana Clara
Santos Souza, de 6 anos, que teve queimaduras em 95% do corpo e morreu
dois dias depois.
Agência Brasil via site Terra
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