terça-feira, 16 de setembro de 2014

Dança de jovens em versão funk do Hino Nacional gera polêmica na PB

Alunos de escola de Cacimba de Dentro dançam funk do Hino Nacional (Foto: Reprodução/Facebook) 
Alunos de escola de Cacimba de Dentro dançam funk do Hino Nacional (Foto: Reprodução/Facebook)
 
Uma apresentação de dança em versão funk do Hino Nacional, feita por alunos de uma escola pública da Paraíba, gerou polêmica em uma rede social. O vídeo gravado na 10ª Amostra Cultura, Científica e Tecnológica (ACCTEC) da Escola Estadual Senador Humberto Lucena, em Cacimba de Dentro, no Curimataú paraibano, foi publicado no Facebook e contava com mais de 29 mil compartilhamentos até esta terça-feira (16).

Veja aqui o link do vídeo.

Com a temática 'Ciência, Cultura e Sociedade', o evento aberto ao público e coordenado pelo professor de língua estrangeira Alan Oliveira, contou com apresentações de dança, música e teatro. No ano passado, já tinha sido apresentada uma versão em forró do Hino Nacional, segundo o docente, e sem nenhuma repercussão negativa. Desta vez, após o vídeo gravado na terça-feira (9), foram recebidas várias críticas, elogios e ameaças de internautas.

Entre os comentários postados na publicação, muitos leitores fazem comentários contrários à publicação, como "nunca pensei que isto pudesse acontecer ... Falta de respeito" e "Gente sem educação, sem respeito e sem cultura". Um internauta chega a dizer que "tinha que jogar uma bomba nessa escola de lixo".

Mas há também quem defenda a atividade justificando que "as pessoas devem respeitar opiniões, não achei nada demais usarem o hino com funk, isso é criatividade". "Nunca imaginei que no Brasil existia tanta gente preconceituosa e de mente pequena", diz outra internauta.

Segundo o professor, a escola não tem aula de música, mas ele sempre se envolveu com a questão cultural. Ele diz que pegou a versão da internet e criou a dança, ele e os alunos, em apenas um dia. "Sem intenção de polemizar, apenas trazer atenção dos alunos para o hino e quebrar o preconceito, com esse estereótipo de marginalização do funk. Tem muita gente criticando, páginas de humor compartilhando, pessoas ameaçando... Tivemos apenas a intenção de educar", explicou o professor Alan Oliveira.

O festival de artes no pátio da escola contou com apresentações de sapateado, street dance, balé, dança do ventre e até um monólogo teatral. Foi aberto ao público, com participação de convidados de escolas da cidade e de municípios circunvizinhos.

"A direção da escola me deu carta branca e os alunos gostam do ritmo, inclsuive eles mesmos incluiram o 'passinho' na apresentação. A gente esperava críticas, mas não dessa forma. Nossa escola quebra muito o preconceito e a maioria dos alunos ama o funk. Na mesma hora tive a ideia, tenho muitas outras ideias para a área cultural. Na escola há muitos talentos da dança, da música, do teatro... A cada dia conheço um novo talento e a gente tem que expor esses talentos", destacou.

Conforme a lei federal nº 5.700/71, que dispõe sobre a forma de apresentação dos Símbolos Nacionais, não é permitida a execução de arranjos artísticos instrumentais do Hino Nacional que não sejam autorizados pelo Presidente da República, ouvido o Ministério da Educação e Cultura.

Do G1 PB

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