Foto: Igreja Universal do Ceará / Reprodução
Imagem dos "Gladiadores do Altar"
Nesta terça-feira, a Igreja Universal do Reino de Deus se pronunciou
pela primeira vez sobre a polêmica envolvendo o controverso projeto
Gladiadores do Altar. Um texto publicado no site oficial da instituição
diz que ele foi alvo de "interpretações absurdas" de usuários de redes
sociais, portais de internet e políticos e alega que o deputado federal
Jean Wyllys "uniu ódio à burrice motivada" para avaliá-lo erroneamente.
"Nas últimas horas, circulam em alguns portais e por
redes sociais interpretações absurdas sobre o projeto Gladiadores do
Altar (...). O deputado federal Wyllys, que iniciou cruzada pessoal pela
Internet contra os Gladiadores do Altar, havia afirmado em seu perfil
na rede social Instagram, há duas semanas: 'A burrice motivada é a falta
de vida com pensamento; a burrice motivada e o ódio são, quando
combinados, o fascismo e estão fazendo emergir o pior das pessoas nas
redes sociais digitais e fora delas'. Ao tecer o comentário sobre os
Gladiadores, ele contradisse sua própria afirmação, unindo seu ódio à
burrice motivada e fez uma avaliação sobre um projeto do qual nada sabe a
respeito e sequer procurou saber antes de publicar tal injúria", diz a
publicação, intitulada Universal responde ataque de deputado federal.
A polêmica começou no último dia 15 de fevereiro, quando
a Igreja Universal do Ceará compartilhou um vídeo, em seu perfil do
Facebook, que mostra uma das apresentações dos participantes do projeto.
Na gravação, homens uniformizados de verde e preto marcham em fila até
se posicionarem lado a lado em posição de sentido. Todos batem
continência. Quando o "comandante" à frente se pronuncia, os
"gladiadores" repetem suas palavras. Nos dias seguintes, internautas
compararam as cenas com ações de grupos religiosos radicais, como, por
exemplo, o Estado Islâmico.
"O vídeo é chocante (ao menos para mim). O
fundamentalismo cristão no Brasil tem ameaçado as liberdades
individuais, a diversidade sexual e as manifestações culturais laicas.
Agora ele está formando uma milícia que, por enquanto, atende pelo nome
de 'gladiadores do altar'. Quando atentaremos de verdade para o monstro
que emerge da lagoa? Quando começarem a executar os 'infiéis' e ateus e
empurrar os homossexuais de torres altas como vem fazendo o
fundamentalismo islâmico no Oriente Médio? Não é porque tem a palavra
'cristão' na expressão que o fundamentalismo cristão deixa de ser
perigoso e não fará o que já faz o fundamentalismo islâmico", escreveu
Wyllys em suas redes.
Para a instituição, no entanto, "buscar uma motivação
violenta ou condenável em jovens uniformizados que marcham e cantam
unidos em igrejas" é "absurdo". A "analogia militar", para ela, pode ser
usada "de forma positiva e pacífica". A IURD alegou ainda que o projeto
funciona desde janeiro deste ano e serve para "orientação e formação de
jovens vocacionados para a propagação da Fé Cristã".
Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário