quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Acesso de adolescentes a armas de fogo cresceu 20% em 2015 no RN

Porte ilegal de armas aumentou entre adolescentes (Foto: Reprodução)

O número de ocorrências relacionadas ao porte ilegal de armas envolvendo jovens e adolescentes cresceu 20% em 2015 no Rio Grande do Norte. De acordo com dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), ligada a Secretaria de Segurança, o número de ocorrências desse tipo saltou de 121, em 2014, para 145 em 2015.

Para Ivêrnio Hermes, coordenador do Coine, a arma é a porta de entrada para a prática de outros crimes. Segundo ele, o porte da arma está relacionado a questões de poder.

“Portar uma arma é sinônimo de confirmação de poder e justamente essa sensação de que com a arma se pode tudo, que muitos jovens acabam desenvolvendo a coragem para praticarem outros delitos”, analisa Ivênio.

Ainda para o coordenador, a maior dificuldade hoje das equipes de investigação é justamente montar um mapeamento da origem dessas armas. “Como essas armas chegam a esses jovens? Quem fornece? Como têm acesso?”, questionou.

Ivênio observa que estas são as principais questões para se coibir os crimes praticados com arma de fogo. O coordenador orienta ainda que para que esse mapeamento seja feito seria necessária a adoção de um padrão único de catalogação de dados.

“Somado a isso, a maioria dos estados brasileiros não têm capacidade estrutural para periciar essas armas, quando apreendidas. Essa sem dúvida é uma das principais dificuldades que impede a investigação da origem desse armamento”, critica.

Investigação
Para o delegado titular da Delegacia Especializada de Armas, Munições e Explosivos (DAME), Gutemberg Medeiros, a maior dificuldade para se monitorar esse mercado é o atual efetivo policial existente.

Para especialista arma é a porta de entrada para a prática de outros crimes (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)
Para especialista arma é a porta de entrada para a prática de outros crimes (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)

“Em função da demanda de ocorrências e da quantidade de inquéritos, nosso efetivo acaba sendo insuficiente para conseguirmos fazer uma investigação mais apurada”, declarou.
Ainda de acordo com o delegado, há informações de um mercado clandestino de comercialização de armas que movimenta o mundo da criminalidade na capital potiguar.
“Há informações de que esse comércio funciona no mercado da Avenida 4 e na feira do Carrasco, na Cidade da Esperança, zona Oeste de Natal. “Temos essas informações, mas a maior dificuldade é chegar às pessoas que repassam essas armas”, disse.
Em 2016 ainda não há estatistas oficiais, mas casos como o da morte da turismóloga Gizela Mousinho, além de assaltos e arrastões cometidos em pontos comerciais da cidade reafirmam o crescimento de ocorrências envolvendo jovens e o porte ilegal de armas.

Do Portal No Ar

Nenhum comentário:

Postar um comentário