sábado, 23 de janeiro de 2016

Prefeitos tentam negociar pagamento do piso salarial

Cedida
Ivan Júnior afirma que, diante da queda na arrecadação, aumento ficou inviável
Ivan Júnior afirma que, diante da queda na arrecadação, aumento ficou inviável


Os prefeitos do Rio Grande do Norte começaram a atuar em uma nova frente para tentar evitar o agravamento da crise financeira. Depois de anunciar para próxima semana uma Marcha em Natal, a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte para o dia 27 de janeiro apelou para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação. Diretores da Femurn estiveram reunidos com coordenadores do Sinte e expuseram uma pauta dupla: o pedido para a entidade sindical se engajar na busca de recursos para as gestões municipais e, por outro lado, alertaram que se o Governo Federal mantiver a decisão de não enviar complementação do Fundeb para o Rio Grande do Norte não haverá como pagar o piso nacional dos docentes. 

Na reivindicação para que os Executivos estadual e municipais não precisem devolver R$ 192,4 milhões de complementações, que teriam sido depositadas ano passado e depois de cálculo refeito pelo Governo Federal foi apontado como irregular, os prefeitos conquistaram o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Educação. No entanto, os coordenadores sindicais já adiantaram que, independente de qualquer situação, está mantida a exigência legal do pagamento do piso nacional do professor. 

O aumento do piso salarial do magistério, no início deste ano, ficou em 11,36%. Com isso, nenhum professor  da rede pública poderá receber vencimento interior a R$ 2.135,64 para a jornada de 40 horas semanais.

Coordenador do Sinte, José Teixeira disse que é impossível os professores abrirem mão de uma legislação nacional. “Não vamos abrir mão do cumprimento da lei”, destacou. 

Sobre a complementação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica, suspensa para prefeituras e Governo do Rio Grande do Norte, o sindicalista disse que a entidade já mobilizou a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação para também gerar um processo que possa reverter para o Estado passar a receber a complementação e que ainda não precise devolver os quase R$ 200 milhões recebidos ano passado.

“O Rio Grande do Norte é o único Estado do Nordeste que não vai receber a complementação este ano. Vamos tentar reverter essa situação, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação entrará na discussão. Nós queremos é mais recursos e não a suspensão dos que estavam vindo”, destacou Teixeira.

Durante a reunião com os dirigentes do Sinte, um grupo de prefeitos destacou a situação crítica enfrentada pelas gestões. Segundo levantamento apresentado ao Sinte, dos 167 municípios do RN, 163 receberam menos recursos para custar à educação nas cidades. Os prefeitos chamam atenção ainda para a previsão de declínio do valor estipulado para os repasses desse ano.

No encontro, os prefeitos também avaliaram que, caso não aconteçam mudanças no atual cenário financeiro e a decisão com relação do Fundeb seja mantida, as gestões não terão como pagar o novo piso do magistério. “Apoiamos e queremos garantir as conquistas a todos os servidores, mas fica inviável para os municípios realizarem este pagamento. Temos deficiência de anos nos recursos repassados e as ultimas decisões, sobretudo sobre devolução da complementação do Fundo estão prejudicando ainda mais esse processo”, explicou Ivan Júnior, prefeito de Assu e vice-presidente da Femurn.

Ele explicou que o objetivo da Federação é contar com a colaboração do sindicato. “A intenção da FEMURN é que o Sindicato possa entender a situação e colaborar com os prefeitos para somar forças no nosso grito de socorro para que sejam viabilizadas as melhorias. A união é importante para solidificar estratégias para sensibilizar o Governo Federal para a situação. Os professores e profissionais da educação merecem ser valorizados. Mas isso depende da melhor condição dos municípios”, disse Ivan Júnior.


Da Tribuna do Norte

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