domingo, 31 de agosto de 2014

Reconstituição de morte de adolescente vítima de bala perdida será dia 10

 
Pai de Alexandro, Agaci Antônio diz ter perdido motivação para trabalhar – Foto Ednilto Neves

A morte do estudante Alexandro Mendonça da Silva, 17 anos, vítima de bala perdida, durante uma ação policial no bairro Santo Antônio, será reconstituída no próximo dia 10. A informação é do pai da vítima, o comerciante Agaci Antônio da Silva, 44 anos. A reconstituição acontecerá no mesmo horário em que tudo aconteceu, por volta das 20h.

O pai de Alexandro revelou que tudo o que a família quer agora é que tudo se esclareça e que o culpado pague pelo que fez. “Nós já ficamos sabendo que a bala que matou meu filho partiu da arma usada pelo policial, isso foi confirmado pela perícia técnica, então agora é aguardar a justiça”, revelou.

Agaci tinha dois filhos e, durante a entrevista, disse emocionado que a morte do filho foi uma perda irreparável, principalmente por ter acontecido de forma inesperada. “Desde que ele (Alexandro) morreu não tenho mais estímulo para trabalhar. Ele trabalhava comigo e me ajudava em tudo, era um bom filho e nunca me deu trabalho. Eu me sinto como se 70% da minha vida tivesse acabado”, desabafou.

Protestos

Uma passeata motivada por protestos e pedidos e paz expressos em cartazes, faixas, carro de som e camisetas foi realizada na tarde do dia 9 de abril, para marcar os sete dias da morte do estudante Alexandro Mendonça da Silva, 17 anos, vítima de bala perdida no bairro Santo Antônio. O evento percorreu várias ruas do bairro saindo da residência da vítima.

Alexandro era estudante do ensino médio da Escola Estadual Abel Freire Coelho e seus colegas de escola participaram do manifesto exibindo pedidos de paz e justiça. A passeata foi encerrada na Igreja de São José onde aconteceu a celebração da missa de sétimo dia da morte do estudante. Os depoimentos de vizinhos e amigos da vítima coincidiam quando eram referentes ao temperamento do estudante. “Ele era um menino bom, aqui na rua ninguém tinha o que falar dele. Não fazia mal pra ninguém”. O relato é da tia do estudante Joseane da Silva.

O CRIME
Alexandro morreu na noite do dia, 3. Segundo testemunhas, o estudante estava conversando com uma amiga na calçada de uma residência na Rua Pedro Velho, quando policiais civis realizavam uma operação policial e passaram pelo local trocando tiros com suspeitos. O estudante foi atingido com um tiro na cabeça e ainda chegou a ser socorrido por populares e levado para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mas não resistiu à gravidade do ferimento e morreu. O corpo de Alexandro foi necropsiado no Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) e o crime é investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios de Mossoró (DEHOM).

Do jornal Gazeta do Oeste

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