Pai de Alexandro, Agaci Antônio diz ter perdido motivação para trabalhar – Foto Ednilto Neves
A morte do estudante Alexandro Mendonça da Silva, 17 anos, vítima de
bala perdida, durante uma ação policial no bairro Santo Antônio, será
reconstituída no próximo dia 10. A informação é do pai da vítima, o
comerciante Agaci Antônio da Silva, 44 anos. A reconstituição acontecerá
no mesmo horário em que tudo aconteceu, por volta das 20h.
O pai de Alexandro revelou que tudo o que a família quer agora é que
tudo se esclareça e que o culpado pague pelo que fez. “Nós já ficamos
sabendo que a bala que matou meu filho partiu da arma usada pelo
policial, isso foi confirmado pela perícia técnica, então agora é
aguardar a justiça”, revelou.
Agaci tinha dois filhos e, durante a entrevista, disse emocionado que
a morte do filho foi uma perda irreparável, principalmente por ter
acontecido de forma inesperada. “Desde que ele (Alexandro) morreu não
tenho mais estímulo para trabalhar. Ele trabalhava comigo e me ajudava
em tudo, era um bom filho e nunca me deu trabalho. Eu me sinto como se
70% da minha vida tivesse acabado”, desabafou.
Protestos
Uma passeata motivada por protestos e pedidos e paz expressos em
cartazes, faixas, carro de som e camisetas foi realizada na tarde do dia
9 de abril, para marcar os sete dias da morte do estudante Alexandro
Mendonça da Silva, 17 anos, vítima de bala perdida no bairro Santo
Antônio. O evento percorreu várias ruas do bairro saindo da residência
da vítima.
Alexandro era estudante do ensino médio da Escola Estadual Abel
Freire Coelho e seus colegas de escola participaram do manifesto
exibindo pedidos de paz e justiça. A passeata foi encerrada na Igreja de
São José onde aconteceu a celebração da missa de sétimo dia da morte do
estudante. Os depoimentos de vizinhos e amigos da vítima coincidiam
quando eram referentes ao temperamento do estudante. “Ele era um menino
bom, aqui na rua ninguém tinha o que falar dele. Não fazia mal pra
ninguém”. O relato é da tia do estudante Joseane da Silva.
O CRIME
Alexandro morreu na noite do dia, 3. Segundo testemunhas, o estudante
estava conversando com uma amiga na calçada de uma residência na Rua
Pedro Velho, quando policiais civis realizavam uma operação policial e
passaram pelo local trocando tiros com suspeitos. O estudante foi
atingido com um tiro na cabeça e ainda chegou a ser socorrido por
populares e levado para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mas
não resistiu à gravidade do ferimento e morreu. O corpo de Alexandro foi
necropsiado no Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) e o crime
é investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios de Mossoró
(DEHOM).
Do jornal Gazeta do Oeste
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