A greve de fome iniciada em cinco presídios do Rio Grande do Norte,
na manhã da última segunda-feira, já dura mais de 24 horas e ganhou
novos adeptos, chegando a atingir oito detenções na capital e no
interior. Ontem pela manhã, presos do Complexo Penal Estadual Agrícola
Mário Negócio (CPEAMN) e da Cadeia Pública Manoel Onofre de Souza também
aderiram ao movimento grevista e não quiseram receber alimentos. Ao
todo são 316 detentos que se recusaram a receber o café, almoço e janta.
De acordo com a equipe de agentes penitenciários do CPEAMN, que estavam de plantão ontem, 96 presos do regime fechado, que estão trancados no Pavilhão B da unidade, aderiram ao movimento e se recusam a se alimentar.
Na Cadeia Pública, apenas a ala da triagem não aderiu à greve. "Aqui na Cadeia Pública, 220 reclusos estão sem comer desde ontem quando resolveram se unir aos demais presos de outras unidades prisionais do Estado. Até o momento o movimento tem sido pacifista e não apresentou ainda nenhuma pauta de reivindicações", explicou a diretora da Cadeia Pública, Aurivaneide Lourenço.
De acordo com a diretora, as alas I e II estão coesas com o movimento da greve de fome e prometem continuar por tempo indeterminado. "Estamos com a atenção redobrada na fiscalização, pois quando a calma é grande não sabemos o que eles estão planejando", concluiu.
Motivação
Segundo informações repassadas pela direção daCoordenação de Administração Penitenciária do Estado (Coape), não existe, até o momento, uma pauta de reivindicações ou algo que justifique a greve de fome. Além das duas unidades de Mossoró que aderiram à greve, os presos também não querem comer na Penitenciária de Alcaçuz, localizada em Nísia Floresta; no Presídio Rogério Coutinho Madruga, conhecido como Pavilhão V de Alcaçuz; na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP); na Cadeia Pública de Natal; na Penitenciária Estadual do Seridó, em Caicó, e no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ceará-Mirim. Ao todo, quase três mil presos estão sem comer.
Sindicato
Informações extraoficiais, não confirmadas pela Coape, dão conta que o movimento grevista é comandado no Estado por uma facção criminosa intitulada "Sindicato do RN", que teve origem no Presídio Rogério Madruga Coutinho e que se espalhou em quase todas unidades prisionais potiguares.
Do Jornal O Mossoroense
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