Ele nasceu na histórica Rua do Resende, no Rio de Janeiro, em 26 de novembro de 1911, filho único de Antônio Lago, um jovem compositor, maestro e violinista de sucesso, de uma família de músicos; e de Francisca Maria Vicência Croccia Lago, jovem descendente de calabreses, oriunda também de família de músicos.
Mário Lago foi criado no bairro da Lapa, no Rio. Formou-se em Direito, mas jamais exerceu a profissão. Chegou a trabalhar como jornalista e estatístico, mas por pouco tempo. Desde criança, a arte exerceu absoluto fascínio sobre ele; uma atração igualada apenas pela política, pela boemia e pela família. A todas elas se dedicou com igual empenho e paixão.
Falecido em 30 de maio de 2002, Mario Lago foi casado por quase 50 anos com Zeli Cordeiro Lago. O ator deixou cinco filhos (Vanda, Antonio Henrique, Graça, Luiz Carlos – falecido em 2010 – e Mário).
Breve currículo
Autor - A estréia de Mário Lago aconteceu em março de 33, como autor teatral. A maior parte de suas peças foi escrita nas décadas de 40 e de 50, para o chamado Teatro de Revista e para atores como Araci Côrtes, Elza Gomes, André Villon, Oscarito e Armando Nascimento. No início dos anos 1970, escreveu a sua última peça teatral: "Foru Quatro Tiradentes na Conjuração Baiana", sobre a Revolução dos Alfaiates, na Bahia. Proibida pela Censura, teve uma única leitura pública, com participação do próprio Mário, ao lado dos atores Oswaldo Loureiro, Wanda Lacerda, Francisco Milani e Milton Gonçalves, entre outros.
Também escreveu roteiros e argumentos para o cinema, entre eles, o do filme Banana da Terra (1939), em parceria com João de Barro, o Braguinha.
Compositor - Na música, estreou em 1936, com a marchinha Menina, eu sei de uma coisa, primeira parceria com Custódio Mesquita. O sucesso viria dois anos depois, com Nada além, da mesma dupla, na gravação de Orlando Silva. Sozinho, ou em parceria com nomes como Ataulfo Alves, Chocolate, Roberto Roberti, Roberto Martins, Benedito Lacerda, Elton Medeiros e João Nogueira, Mário compôs sucessos como Amélia, Atire a primeira pedra, Aurora, Dá-me tuas mãos, Enquanto houver saudade, Fracasso, Será e Número um.
Ator - Em 1942, estreou como ator de teatro, onde criou personagens de grande repercussão, como o Aprígio, no clássico O Beijo no asfalto, de Nélson Rodrigues. No cinema, atuou em alguns dos principais filmes brasileiros, como O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade, Os Herdeiros, de Cacá Diegues, O Bravo guerreiro, de Gustavo Dahl, e Terra em transe, de Glauber Rocha.
A popularização do ator veio com as novelas, a partir de 1966, destacando-se suas atuações em O Casarão, de Lauro César Muniz, Nina, de Walter George Durst, e Dancing Days, de Gilberto Braga, trabalhos que lhe renderam dois prêmios de Melhor Ator da Associação Paulista de Críticos de Artes e um Golfinho de Ouro.
Radialista - No rádio, foi ator, autor de novelas, produtor e diretor. Seu trabalho mais conhecido foi a série Presídio de Mulheres, que escreveu para a Rádio Nacional e que liderou a audiência da emissora durante cinco anos seguidos. Em 1964, com o golpe militar, Mário Lago foi demitido da Nacional.
Escritor – Autor de 11 livros, Mário estreou com a coletânea de poemas políticos O Povo Escreve a História nas Paredes. Poeta e escritor - Sua produção literária inclui os títulos Chico Nunes das Alagoas, Na Rolança do Tempo, Bagaço de Beira Estrada, Rabo da Noite, Meia Porção de Sarapatel, Manuscrito do Heróico Empregadinho de Bordel, Segredos de Família e o infantil Monstrinho Medonhento, seu maior sucesso editorial. Deixou um livro inconcluso, dedicado às memórias das boas “molecagens” que praticou ao longo da vida.
Fonte: mariolago.com.br
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