
Em pronunciamento nesta terça-feira (23), o senador Alvaro Dias
(PSDB-PR) cobrou da Polícia Federal e do Ministério Público a apuração
de denúncias de lavagem de dinheiro e manipulação de resultados nas
loterias da Caixa Econômica Federal.
Ele disse que as investigações
desses casos precisam ser concluídas para apontar a responsabilidade
civil e criminal dos envolvidos.
Alvaro Dias também cobrou da Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ) celeridade nos procedimentos para aprovação de projeto
de sua autoria que estabelece instrumentos para evitar que as loterias
da Caixa sejam utilizadas em ações de lavagem de dinheiro. O PLS 62/2007 aguarda designação de relator na comissão.
De 2002 a 2006, de acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, houve
um desvio de R$ 36 milhões, com o envolvimento de 75 pessoas, mencionou
Alvaro Dias, afirmando que a conclusão das apurações é desconhecida.
Ele disse ter recebido das autoridades “respostas lacônicas,
insuficientes e nada esclarecedoras” a requerimentos de sua autoria apresentados desde 2004 sobre denúncias envolvendo as loterias da Caixa.
- É evidente que se trata de lavagem de dinheiro. O dinheiro sujo é
entregue à Caixa Econômica e quem entrega o dinheiro sujo recebe o
dinheiro limpo. É obvio que envolvia uma quadrilha – afirmou.
Alvaro Dias disse que as denúncias sobre as loterias estão presentes
nas redes sociais e relembrou episódios de supostas fraudes no pagamento
dos prêmios, como o de um sorteio “estranho e duvidoso” que contemplou
uma série de ganhadores, quando a probabilidade teórica da ocorrência
seria de um caso a cada 400 anos.
Ele também citou casos de pessoas que
conseguiram ganhar na loteria 550, 107, 327 e 206 vezes na loteria e
ainda a história de um cidadão que ganhou 107 prêmios no mesmo dia em
sete modalidades de loteria em vários estados da Federação.
- Se não houve corrupção, se não houve lavagem de dinheiro, se não
houve crime, se nenhum ilícito foi praticado, um milagre ocorreu, esses
cidadãos são milagreiros, são privilegiados de Deus, inspirados por
força divina para ganharem tantas vezes na loteria – afirmou.
Alvaro ressaltou que chegou a ser investigado pelo Ministério Público
por vazar informações sigilosas do Coaf. No entanto, segundo ele, não
cabe a um parlamentar eleito pelo povo encobrir crimes e proteger
criminosos, mesmo que a legislação o impeça.
- O tempo passou, houve prescrição e arquivamento, portanto, não fui julgado. Estava curioso para assistir a meu próprio julgamento, porque seria a consagração da inversão dos valores: quem denuncia é julgado, o denunciado, não. Esta é a perversa inversão de prioridade de valores prevalente no Brasil atual – afirmou.
Fonte :Jornalista Aderbal Machado
Nenhum comentário:
Postar um comentário