Apenados utilizavam rede social para escolher vítimas que eram
extorquidas por meio de telefone celular (Foto: Reprodução: Facebook)
Quinze apenados da Penitenciária Padrão de Cajazeiras, cidade no Alto Sertão da Paraíba, a 480km distante de João Pessoa,
utilizavam a rede social Facebook para extorquir comerciantes da cidade
se valendo das informações coletadas por meio da rede social, segundo o
diretor da unidade prisional Jailson de Matos. Durante a operação foram
encontrados cinco aparelhos celulares com acesso à internet e redes
sociais, três facas artesanais e seis espetos.
Além do contato com as vítimas em Cajazeiras,
os 15 detentos mantinham contato com outros integrantes de uma facção
criminosa de João Pessoa. Além de extorquir empresários pela rede
social, os apenados postavam fotos digitais tiradas de dentro da unidade
penitenciaria. “Eles faziam isso para aparecer diante dos demais e até
para tentar desmoralizar a direção da penitenciária”, disse Jailson de
Matos, diretor da Penitenciária Padrão de Cajazeiras.
Jailson de Matos reconheceu que a revista íntima na unidade prisional,
que tem capacidade para 150 detentos e abriga 50 a mais, é falha.
“Nossa revista é pobre. Não utilizamos equipamentos sofisticados. Temos
informações de que um das visitas entrou no presídio com o aparelho na
região genital”, frisou.
A ação de extorsão dos apenados durou cerca de dois meses, segundo o
diretor Jailson de Matos. Uma das vítimas procurou a direção e denunciou
as ameaças. Após a constatação feita pela Gerência Executiva de
Planejamento, Segurança e Inteligência da Secretaria da Administração
Penitenciária (Seap), os detentos foram isolados coletivamente por,
aproximadamente, 30 dias e foi instaurada uma sindicância para apurar
responsabilidade.
O gerente do Sistema Penitenciário da Paraíba, Arnaldo Sobrinho,
confirmou que a sindicância tem o objetivo de apurar os fatos e não
descarta solicitar à Justiça a remoção dos apenados. “Quem estiver
envolvido nesses atos será identificado e punido também”, afirmou.
Exclusão de perfis
Por conta da prática de extorsão, ao qual os apenados devem responder, o
diretor da penitenciária Jailson de Matos, disse que eles enfrentarão
restrições ao direito de progressão da pena devido ao mau comportamento
na unidade. Jailson de Matos reforçou que à Justiça será informada o uso
indevido da rede social no interior do presídio para que a empresa
responsável pela rede social seja informada da prática de extorsão
praticada pelos proprietários dos perfis.
Fonte: G1 PB
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