Casa de gesso foi construída em 2011, na UFPB (Foto: Normando Perazzo/Arquivo Pessoal)
Uma tecnologia desenvolvida pelo Laboratório de Engenharia do Ambiente Construído da UFPB
surge como uma alternativa sustentável e econômica para a construção de
casas. A proposta do grupo formado por estudantes e professores da
graduação e pós-graduação de pelo menos seis cursos, entre eles
Engenharia Civil e Arquitetura, é trocar materiais convencionais usados
na construção civil, como tijolos de alvenaria e cimento, apenas por
gesso. No lugar de uma parede formada por algumas dezenas de tijolos,
uma outra montada somente com três blocos de gesso.
Três blocos principais dão a sustenção das
paredes da casa, segundo professor da UFPB
(Foto: Normando Perazzo/Arquivo Pessoal)
(Foto: Normando Perazzo/Arquivo Pessoal)
O líder do projeto, professor Normando Perazzo, explicou que a
tecnologia da produção dos blocos, criada pioneiramente na UFPB há cerca
de três anos, permite a construção de casas com custos mais baixos, em
tempo reduzido e agredindo significativamente menos o meio ambiente. Uma
opção local segura para reduzir o déficit habitacional de
aproximadamente 20 mil residências existente na capital paraibana,
segundo dados colhidos até o final do ano passado pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“Você agride menos o ambiente porque usa muito menos energia para produzir um bloco de gesso. Enquanto o cimento precisa de uma temperatura de 1.450°C e os blocos cerâmicos de 800ºC a 1.000º C, o gesso se forma com apenas 150°C. Outro benefício é com relação às perdas de material, que oneram o custo da obra. Eles podem ser totalmente evitados com os blocos de gesso, desde que haja um bom projeto. Além disso, o tempo de construção é diminuído porque a altura média de uma parede é alcançada apenas com três blocos”, detalhou o professor.
“Você agride menos o ambiente porque usa muito menos energia para produzir um bloco de gesso. Enquanto o cimento precisa de uma temperatura de 1.450°C e os blocos cerâmicos de 800ºC a 1.000º C, o gesso se forma com apenas 150°C. Outro benefício é com relação às perdas de material, que oneram o custo da obra. Eles podem ser totalmente evitados com os blocos de gesso, desde que haja um bom projeto. Além disso, o tempo de construção é diminuído porque a altura média de uma parede é alcançada apenas com três blocos”, detalhou o professor.
As eventuais desconfianças por se tratar de gesso como o principal
material na formação da residência não são justificáveis, segundo
Normando Perazzo. O professor é categórico ao afirmar que o desgaste do
gesso devido à ação da água pode ser superado com aplicação de materiais
isolantes ou um projeto que dê maior proteção às paredes. O gesso
também permite o revestimento cerâmico sem problemas, garante Perazzo.
Ainda que criada há três anos a partir de um financiamento da
Finep-Habitare, mesmo tempo que a casa protótipo foi construída, o
projeto ainda não se tornou um realidade no mercado. “Falta a
Universidade sair do seu casulo e apresentar à iniciativa privada os
produtos que nela são desenvolvidos. Infelizmente essa missão é deixada
para os próprios professores, já demasiadamente ocupados, e eles não
encontram tempo para cuidar dessas articulações”, avaliou Perazzo.
Dados da Secretaria Municipal de Habitação (Semhab) apontam que até abril deste ano existiam 16 projetos para construção de 1.062 moradias populares em diversos bairros de João Pessoa com o custo total aproximado de R$ 20,2 milhões.
Dados da Secretaria Municipal de Habitação (Semhab) apontam que até abril deste ano existiam 16 projetos para construção de 1.062 moradias populares em diversos bairros de João Pessoa com o custo total aproximado de R$ 20,2 milhões.
Do G1 PB
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