A imprensa internacional destaca nesta
sexta-feira artigos e perfis sobre Marina Silva, indicando a aposta de
que a ex-senadora sucederá Eduardo Campos na cabeça da chapa do PSB à
Presidência do Brasil.
O
site de negócios da Bloomberg diz que Marina Silva é um "curinga" e
provável "fiel da balança" para definir o próximo presidente do Brasil.
O
texto usa a expressão em inglês kingmaker, que se refere à pessoa que
escolhe o próximo rei - neste caso, indicando que caso concorra, Marina
seria decisiva para definir o vencedor na disputa de outubro.
"Acidente aéreo fatal transforma ambientalista evangélica em fiel da balança no Brasil", diz a manchete do artigo.
"(Marina)
pode afetar as duas campanhas dos dois principais candidatos (Dilma
Rousseff, do PT e Aécio Neves, do PSDB) caso decida concorrer", avalia o
texto, citando um analista do banco UBS AG. "Pode dividir o eleitorado o
suficiente para roubar uma vitória no primeiro turno da presidente
Dilma Rousseff, e retirar Aécio Neves da disputa no segundo lugar."
Outros
analistas políticos citados na reportagem descrevem Marina Silva como
uma figura enigmática, que não deixa claras as suas posições em relações
a temas que interessam ao mercado, como ajuste fiscal e controle de
inflação.
A reportagem diz
que existe um debate no meio político, e entre o eleitorado, para tentar
definir "exatamente o que ela representa".
'Ambiciosa'
O
jornal britânico The Guardian também trata a ex-senadora como a
"sucessora óbvia" de Eduardo Campos na campanha. Para a publicação, a
ex-senadora tem apelo junto ao eleitorado brasileiro e é vista como
alguém que ajudou a reduzir o desmatamento da Amazônia.
Por
outro lado, a reportagem afirma que seu "radicalismo não agradou a
classe política brasileira", lembrando que ela deixou o Ministério do
Meio Ambiente no governo Lula em pé de guerra contra os interesses do
agronegócio.
Para o
Guardian, dificilmente Marina deixaria de concorrer agora, por conta de
sua intenção de fortalecer a agenda ambientalista. "É difícil imaginar
que uma política tão ambiciosa não vá aproveitar essa chance [de
concorrer à Presidência] para poder avançar com sua agenda de
desenvolvimento sustentável."
O
Guardian afirma que não há políticos dentro da coalizão do PSB com a
mesma força eleitoral de Marina Silva, mas ressalva que ela não conta
com total apoio de muitos dentro do partido.
"Há
riscos para o partido ao escolher uma candidata que é retratada por
seus rivais como uma pessoa divisiva que veio de fora", diz o artigo.
"Caso ela saia para a disputa com um candidato a vice forte, para
garantir que a máquina do PSB esteja com ela, a corrida presidencial do
Brasil, que já está competitiva, pode ficar ainda mais acirrada."
Fonte: BBC Brasil via Jornal O Mossoroense
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