quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Governo eleito quer evitar exigência para empréstimo

Emanuel Amaral
Deputados da Comissão de Constituição e Justiça modificam o projeto enviado pelo governo
Deputados da Comissão de Constituição e Justiça modificam o projeto enviado pelo governo



A 28 dias de assumir o Executivo do Estado, o governador eleito Robinson Faria (PSD) já enfrenta a primeira batalha no âmbito da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN). O projeto de lei que autoriza o Governo a contrair empréstimo de R$ 850 milhões com o Banco do Brasil será votado hoje (3) no Plenário da Casa. No entanto, há divergências em pelo menos um ponto do projeto. Emenda do deputado estadual Kelps Lima (SD) condiciona a aprovação do empréstimo a um plano de aplicação dos recursos que deve ser criado pela próxima administração. O vice-governador eleito e atual deputado estadual Fábio Dantas (PCdoB) vai tentar derrubar a condicionante. “É perda de tempo”, avaliou.

O projeto de lei chega ao Plenário um dia após a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) aprová-lo com a fixação de algumas emendas. Além deste projeto, a CCJ aprovou ontem (2) a criação do Fundo Estadual de Apoio a Modernização da Infraestrutura dos Municípios do Rio Grande do Norte (Fundam-Infra-RN).Os pareceres de ambos projetos foram lidos na sessão realizada na última quarta-feira (26). Na reunião de ontem, o presidente da CCJ, deputado estadual Hermano Morais (PMDB), solicitou um breve relato dos casos antes de deliberar a votação.

O projeto de Lei que trata sobre o empréstimo de R$ 850 milhões rendeu mais tempo de debate. O relator da matéria, Kelps Lima (SD) apresentou alguns emendas que modificaram a mensagem do Executivo. As principais alterações determinam limites no uso da verba. Caso aprovado, o empréstimo só será aplicado em projetos que tenham como objetivo fomentar a economia do Estado. Para assegurar essa norma, o empréstimo depende de uma lei específica que fixe um “plano de aplicação” dos recursos. 

A ideia defendida pelo deputado é a de que 40% dos recursos sejam aplicados na realização ou provisão de contrapartidas em convênios com a União e os demais 60% em obras ou ações de infraestrutura para o desenvolvimento dos setores produtivos do Rio Grande do Norte. Apesar de o projeto ser de autoria da atual gestão, o plano de aplicação só será elaborado pela próxima gestão.

A ideia do deputado oposicionista foi criticada pelo vice-governador eleito Fábio Dantas. Ontem à tarde, antes de participar de mais uma reunião da equipe de transição, ele afirmou à reportagem que irá tentar aprovar emenda que derrube a condicionante aprovada na CCJ. “Com essa condicionante, vamos perder tempo. O Tesouro Nacional não vai aprovar. Vou apresentar emenda para derrubar a proposta desse plano de aplicação do recurso”, avisou. 

O parlamentar afirmou ainda que é a favor das demais emendas que foram fixadas no projeto encaminhado pela atual gestão. “Concordo com Kelps com relação ao destino dos recursos. O dinheiro tem de ser investido para movimentar a economia do Estado”, ponderou. 

Por fim, o deputado não demonstrou muito entusiasmo com a matéria que será votada pelos seus pares logo mais, a partir das 10h. Para ele, o empréstimo  de R$ 850 milhões não se configura como a tábua de salvação das finanças do Rio Grande do Norte. “Esse empréstimo não resolve os problemas do Estado. Os juros são altos”, analisou. 

Critérios
Mudanças aprovadas no relatório votado na CCJ

>> Antes da assinar o contrato de empréstimo, o governo do Estado terá que apresentar, à Assembleia Legislativa, um plano de aplicação dos recursos que seriam obtidos com o financiamento. Só depois desse plano aprovado pelos deputados, o governo poderá contratar o empréstimo junto ao BB.

>> Plano de aplicação deverá contemplar o seguinte destino aos recursos:

40% - Na provisão de contrapartidas em convênios com a União; 


60% - Em obras ou ações de infraestrutura para o desenvolvimento dos setores produtivos do Estado.

Da Tribuna do Norte

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